Sul-coreana Coupang (injeta 500 milhões) para comprar a Farfetch
Acordo garante um financiamento de emergência no valor de 500 milhões de dólares para a retalhista de artigos de luxo.
© Global Imagens
Economia Farfetch
A Coupang, uma empresa de e-commerce sul-coreana, anunciou esta segunda-feira uma oferta de aquisição pela Farfetch. De acordo com a Business of Fashion, o acordo permite um resgate de 500 milhões de dólares (cerca de 457 milhões de dólares) para a retalhista de artigos de luxo fundada pelo português José Neves.
Este negócio, segundo a mesma publicação, evita que a Farfetch entre em falência.
A informação de que um acordo de resgate estaria em negociações já estava a circular, depois de vários meios de comunicação internacionais terem dado conta de "conversações" em estado avançado neste sentido.
Quinze dias passados desde a data prevista, mas cancelada, para apresentação dos resultados trimestrais, o que alarmou o mercado, fonte oficial da Farfetch avançou na semana passada à agência Lusa não haver ainda dia marcado para divulgação das contas.
Após dois anos de lucro em 2021 e 2022, beneficiando do 'boom' do comércio 'online' durante a pandemia, a plataforma de venda de marcas de luxo fundada em 2008 por José Neves - com sede fiscal em Londres e que foi o primeiro "unicórnio" português ('startup' avaliada em mais de mil milhões de euros) -- voltou aos prejuízos nos últimos quatro trimestres.
No segundo trimestre deste ano, a empresa reportou perdas de 258 milhões de euros (281,3 milhões de dólares), face ao lucro de 62 milhões de euros (67,6 milhões de dólares) do período homólogo, tendo as receitas caído para 526 milhões de euros (572 milhões de dólares, face a 579 milhões no período homólogo) e o EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) ajustado do grupo piorado para 28 milhões de euros negativos (30,5 milhões de dólares negativos).
A mais recente apresentação de resultados da Farfetch, relativos ao terceiro trimestre deste ano, estava prevista para o passado dia 29 de novembro, altura em que se esperavam também novidades ao nível da estratégia e gestão, mas foi desmarcada pela empresa, que remeteu para "devido tempo" uma atualização ao mercado.
"A empresa espera fornecer uma atualização de mercado no devido tempo", lê-se numa breve nota então divulgada. "Neste momento, não fornecerá quaisquer previsões ou orientações, e quaisquer previsões ou orientações anteriores não deverão ser consideradas confiáveis", acrescenta.
Contactada pela agência Lusa, fonte oficial da Farfetch não apontou uma nova data para apresentação dos resultados trimestrais, reiterando a posição da empresa de "não fazer comentários".
[Notícia atualizada às 15h13]
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