O Porta da Queixa registou este ano um novo recorde anual de reclamações, com um total de 202.580 ocorrências entre janeiro e 28 de dezembro.
Os dados, enviados ao Notícias ao Minuto, dão conta de que Correio, Transporte e Logística; Serviços e Administração Pública; Comunicações, TV e Media foram os três setores mais reclamados pelos portugueses.
"De acordo com a análise do Portal da Queixa, a categoria Correio, Transporte e Logística mantém o primeiro lugar em 2023, tendo sido a mais reclamada pelos portugueses, atingindo 12,42% das queixas", lê-se na nota, que explica que Serviços e Administração Pública registam 10,36% e Comunicações, TV e Media 8,84%.
Mas há mais categorias onde foram recebidas queixas, nomeadamente, Informática, Tecnologia e Som (6,60%); Transportes Públicos, Aluguer e Condução (6,35%); Bancos, Financeiras e Pagamentos (6,20%); Compras, Moda e Joalharia(5,53%); Água, Eletricidade e Gás (4,45%); Mobiliário, Decoração e Eletrodomésticos (4,32%) e Hotéis, Viagens e Turismo (3,79%).
"A análise efetuada às reclamações geradas em 2023, revela ainda que, não obstante o elevado número de queixas, foram várias as marcas que demonstram uma preocupação na resolução dos problemas reportados pelos consumidores no Portal da Queixa. Assim, nas cinco categorias com maior Taxa de Solução (TS) destacaram-se: Correio, Transportes e Logística (70.4%); Comunicações, TV e Media (69.1%); Água, Eletricidade e Gás (68,8%); Casinos e Casas de Apostas (64.6%) e Bancos, Financeiras e Pagamentos também com 64.6% de TS", escrevem.
Houve ainda outras reclamações, relacionadas não só com o aumento do custo de vida e inflação, mas também os os constrangimentos gerados pelas "inúmeras greves" no Serviço Nacional de Saúde.
Já no 'top' de palavras mais utilizadas nas reclamações pelos consumidores, a mais usada ao longo de 2023 foi encomenda.
O aumento das burlas
Também aumentaram as denúncias de burlas online e a insatisfação com os serviços públicos.
"De salientar o aumento do volume de reclamações referentes a burlas e esquemas de fraude, que estão em linha com o maior número de compras online, o que é de salutar, contudo, devido à contínua falta de literacia digital dos portugueses, estes continuam a ser vítimas em larga escala, registando em 2023, mais de 5 milhões de euros em perdas financeiras. Se por um lado, ainda há muito a fazer para que o ecossistema digital seja cada vez mais seguro e confiável, é ao mesmo tempo gratificante verificar que a resiliência dos consumidores em Portugal é grande, e estes estão disponíveis para democratizar o processo de partilha e interajuda no que toca à utilização de plataformas como o Portal da Queixa como ferramenta na construção de um mercado mais transparente”, analisa Pedro Lourenço, fundador do Portal da Queixa.
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