"Neste momento, os comerciantes estão preocupados que uma medida deste tipo, e nesta altura, possa levar a um contenção na parte do consumo desses bens essenciais", admitiu o presidente da Associação dos Comerciantes do Porto, Rubens de Carvalho.
O responsável referiu, porém, que nos últimos dias "não se tem verificado uma corrida às lojas para usufruir dos preços sem a afetação do IVA zero", declarou.
Em entrevista telefónica à agência Lusa, o presidente da Associação de Comerciantes do Porto explica que uma das razões para não se estar a verificar uma "corrida aos produtos" que vão perder o IVA zero pode explicar-se com a altura do ano, pois, a seguir ao Natal, o "consumo é sempre mais reduzido" devido aos gastos com as festividades.
"Neste momento, aquilo que podemos aferir é que não tem havido um aumento da procura dos bens que possam ser alvo do término desse apoio", reiterou.
Apesar de ainda não se estar a verificar a retração de compra dos produtos que vão sofrer um aumento, a Associação dos Comerciantes prevê uma possível diminuição do "consumo desses bens essenciais", designadamente do leite ou ovos.
O cabaz do IVA zero termina quinta-feira (após ter sido alvo de duas extensões), um término que tem sido contestado por consumidores, associações de comércio e de empresas de distribuição e que faz antever uma subida dos preços daqueles produtos -- a maioria dos quais habitualmente sujeitos à taxa de 6% deste imposto.
Foi a manutenção da taxa de inflação em níveis elevados que levou o governo de António Costa a avançar em abril de 2023 com uma medida de isenção do Imposto de Valor Acrescentado (IVA) num conjunto de 46 produtos alimentares.
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