A desaceleração deveu-se, sobretudo, a uma queda de 1,7% no custo dos pagamentos das hipotecas imobiliárias, indicou em comunicado a Direção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) da região chinesa.
Isto apesar de a Autoridade Monetária de Macau ter aprovado em maio um aumento de 0,25 pontos percentuais da principal taxa de juro de referência, a décima subida desde março de 2022, seguindo a Reserva Federal norte-americana.
Além disso, houve uma diminuição de 14,1% no preço dos bilhetes de avião, depois de Macau ter reaberto as fronteiras em 08 de janeiro de 2023, após quase três anos de rigorosas restrições devido à política 'zero covid' durante a pandemia.
Pelo contrário, o preço das refeições adquiridas fora de casa subiu 2,9%, o custo do vestuário e calçado aumentou 3,9% e os gastos das famílias do território com propinas do ensino superior cresceram 13,4%.
Além disso, com o levantamento da quarentena obrigatória à chegada a Macau, o custo de excursões e quartos de hotel no exterior aumentou 10,1%, enquanto os salários dos empregados domésticos cresceram 3,4%.
De acordo com dados oficiais, a cidade tinha no final de novembro mais de 25.700 trabalhadores domésticos, que estão excluídos do salário mínimo.
O primeiro aumento do salário mínimo, para 7.072 patacas (832 euros) por mês ou 34 patacas (3,9 euros) por hora, entrou em vigor no passado dia 01 de janeiro.
Em dezembro, o IPC em Macau aumentou 1,4% em termos homólogos, o valor mais elevado desde abril de 2020. A inflação foi 0,26 pontos percentuais mais elevada do que em novembro, tendo acelerado pelo terceiro mês consecutivo.
A China continental, de longe o maior parceiro comercial de Macau, registou em dezembro o terceiro mês consecutivo de deflação, uma descida do IPC.
O fenómeno reflete debilidade no consumo doméstico e investimento e é particularmente gravoso, já que uma queda no preço dos ativos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias.
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