A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO) constatou que os principais bancos em Portugal estão a baixar as taxas de remuneração dos depósitos a prazo, antecipando eventuais cortes das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE), uma decisão que repudia.
"A DECO repudia esta atuação dos principais bancos, reforçando que poderá ser necessária uma intervenção regulatória para se introduzir mecanismos que tragam mais justeza e proporcionalidade na transmissão da política monetária do BCE à economia real do nosso país", diz a DECO, em comunicado.
A associação considera que a "rapidez nas descidas [nos depósitos] contrasta significativamente com a demora que os mesmos bancos demonstraram em aplicar as subidas dos juros, refletindo as medidas do BCE, prejudicando os interesses dos depositantes".
Assim, "este movimento reforça a apreciação de que o setor tem muito pouca atenção na proporcionalidade e justeza, sempre em prejuízo dos clientes, especialmente dos particulares".
"Ao retardar a subida, sob justificações pouco convincentes e alinhadas, agravando as taxas de juro dos créditos imediatamente, os principais bancos assimilaram os ganhos resultantes da política monetária do BCE. Com os recentes sinais de que o BCE poderá reduzir as taxas de juro, e embora ainda não o tenha feito, as descidas são imediatas, retirando a remuneração das novas aplicações e desincentivando a poupança", pode ler-se.
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