Num artigo publicado no "Boletim Económico" do BCE, os economistas Marien Ferdinandusse e Mar Delgado-Téllez assinalam esperar que as medidas orçamentais destinadas a apoiar as famílias e as empresas em resposta à subida dos preços da energia e aos choques da inflação diminuam em grande parte nos próximos anos.
"Estima-se que ascendam a 1,3% do PIB [Produto Interno Bruto] em 2023, abaixo dos 1,8% em 2022, e permaneçam abaixo de 0,5% ao ano durante o horizonte de projeção 2024-26", preveem.
Os economistas da instituição liderada por Christine Lagarde esperam que "cerca de dois terços das medidas de apoio em vigor em 2023 expirem em 2024 e outros 20% em 2025", enquanto as restantes medidas "deverão continuar em vigor em 2026".
Destacam ainda que em 2023 quase metade das medidas eram referentes a subsídios e mais de metade destes diziam respeito aos limites máximos dos preços da energia na Alemanha, em França e Países Baixos.
"Prevê-se que a percentagem de subsídios no total das medidas de apoio à energia e à inflação diminua significativamente em 2024 e seja insignificante a partir de 2025", consideram.
Os governos dos países da zona euro implementaram em 2022 medidas de apoio para responder à subida dos preços da energia, devido à guerra na Ucrânia, e posteriormente à escalada generalizada da inflação.
Leia Também: BCE vai estudar alterações aos instrumentos monetários