Ex-CEO da TAP ataca, Medina defende-se. "Chantagem" ou "falsidade"?

Os últimos dias têm sido marcados pela troca de acusações entre a antiga CEO da TAP e o ministro das Finanças Fernando Medina. Saiba o que está em causa.

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© Getty Images | Horacio Villalobos

Notícias ao Minuto com Lusa
14/02/2024 07:20 ‧ 14/02/2024 por Notícias ao Minuto com Lusa

Economia

TAP

Esta semana, a ex-CEO da TAP Christine Ourmières-Widener quebrou o silêncio e voltou a falar (depois de vários meses em silêncio) sobre o caso TAP. A gestora, que está a processar a TAP, defendeu-se, mas também atacou e o alvo foi muito claro: o ministro das Finanças, Fernando Medina, que não tardou em responder. 

"Chantagem" ou "falsidade"? 

Em causa está a entrevista de Ourmières-Widener à CNN Portugal, na qual a ex-CEO da TAP diz ter sido vítima de "chantagem" e adianta que se sentiu "humilhada" com tudo o que se passou, no seguimento do seu despedimento que foi motivado pela polémica indeminização paga a Alexandra Reis. 

"Ele disse-me que não fiz nada de mal, mas que ele tinha de o fazer por motivos políticos. Ele aconselhou-me veementemente a demitir-me pela minha reputação. Chamo a isso chantagem e estar a ameaçar-me e fiz o que ele fez", referiu.

No seguimento destas declarações, o Notícias ao Minuto pediu uma reação ao Ministério das Finanças, mas não foi possível obter uma resposta. Umas horas mais tarde, o ministro das Finanças decidiu reagir, numa resposta enviada à agência Lusa

"As afirmações da ex-CEO relativamente aos motivos e procedimento do seu despedimento são falsas e lamentáveis", afirmou o responsável pela pasta das Finanças.

"Todos os esclarecimentos foram por mim prestados em sede de Comissão Parlamentar de Inquérito e sê-lo-ão, se necessário, de novo, em sede da ação judicial atualmente em curso", acrescentou.

Vale recordar que a ex-CEO da TAP, na mesma entrevista, considerou que a resposta da TAP à ação que moveu contra a companhia está "cheia de mentiras, ataques e insultos".

"Estão a tentar destruir a minha reputação, o meu passado. Dizem todo o tipo de coisas a meu respeito que não são verdade, que não tive nada que ver com o sucesso da empresa e com os resultados positivos", disse Ourmières-Widener.

Acordo amigável? "Vamos ver"

Questionada sobre se haverá hipóteses de um acordo amigável, Ourmières-Widener disse acreditar "que as pessoas razoáveis podiam ter a oportunidade de ter uma conversa adequada".

"Vamos ver. Não sei. Mas espero que este processo tenha um fim e que tenha o fim correto", acrescentou.

A TAP acusou Christine Ourmières-Widener de violar o regime de exclusividade a que estava obrigada na companhia aérea, por ter acumulado vários cargos noutras empresas, sem informar ou obter autorização.

A ex-CEO da TAP foi exonerada por justa causa, em abril de 2023, no seguimento da polémica indemnização de meio milhão de euros à antiga administradora Alexandra Reis, que levou à demissão do então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e do seu secretário de Estado Hugo Mendes, e à constituição de uma comissão parlamentar de inquérito à gestão da companhia aérea.

Ex-CEO da TAP acusa Medina de "chantagem". "Senti-me humilhada"

Christine Ourmiéres-Widener diz não estar a "fugir de nada" e esclarece o que se passou na TAP.

Marta Amorim | 23:14 - 12/02/2024

Leia Também: Declarações de ex-CEO da TAP são "falsas", acusa Medina

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