O português José Neves demitiu-se, esta quinta-feira, do cargo de CEO da Farfetch, lugar que passará a ser assumido pelo dono da Coupang, que comprou aquele que foi o primeiro unicórnio português, há cerca de dois meses.
A informação foi divulgada aos trabalhadores, por e-mail, numa comunicação que está a ser citada por vários meios de comunicação nacionais e internacionais.
De acordo com o site WWD, a saída de José Neves acontece numa altura em que decorrem várias mudanças na empresa, incluindo a saída de gestores, entre os quais Elizabeth Von Der Goltz e Kelly Kowal.
Em dezembro, recorde-se, a Coupang anunciou um acordo para a compra da plataforma de venda de marcas de luxo fundada em 2008 por José Neves, considerando que a aquisição da Farfetch a posicionaria como líder do mercado global do segmento de bens de luxo pessoais (que diz valer 400 mil milhões dólares) e que daria à Farfetch uma posição única na Coreia do Sul (que, segundo a Coupang, é o país do mundo com a mais elevada despesa 'per capita' em bens de luxo pessoais).
Quem é a Coupang? Quanto vai injetar na Farfetch? Fique a par dos contornos deste negócio, que permitiu dar um 'balão de oxigénio' ao primeiro unicórnio português.
Notícias ao Minuto com Lusa | 08:17 - 19/12/2023
Na altura, recorde-se, José Neves elogiou o acordo, referindo que o "histórico e a profunda experiência da Coupang" permitirá à Farfetch continuar a oferecer um "serviço excecional" às marcas e boutiques parceiras e aos clientes em todo o mundo.
A Farfetch - plataforma de venda de marcas de luxo fundada em 2008 por José Neves, com sede fiscal em Londres e que foi o primeiro 'unicórnio' português (startup avaliada em mais de mil milhões de euros) - apresentou prejuízos e sofreu, no final do ano passado, grandes perdas em bolsa, após dois anos de lucro em 2021 e 2022, em que beneficiou do 'boom' do comércio 'online'.
Ainda antes de ser conhecido o acordo, já vinha a ser noticiado que a empresa poderia fazer uma reestruturação com despedimentos, que inicialmente apontava para 800 trabalhadores, mas poderia ser alargado para 1.700 ou 2.000 pessoas. Contudo, os planos poderão mudar após o acordo com a Coupang.
Em Portugal, tem havido receios de que a situação da empresa possa vir a ameaçar a concretização do projeto imobiliário Fuse Valley, em Leça do Balio, no concelho de Matosinhos, um investimento de 200 milhões de euros partilhado com a construtora bracarense Castro Group.
[Notícia atualizada às 15h50]
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