"É preciso que os trabalhadores ganhem consciência da importância do seu voto e de que o seu voto é igual ao do patrão", afirmou Isabel Camarinha, que vai deixar de ser secretária-geral da CGTP a partir de sábado, no XV Congresso da central sindical, que se realiza no Seixal (distrito de Setúbal).
"O meu voto vale o mesmo que o da CEO [presidente executiva] da Sonae, que por acaso é uma mulher também", acrescentou.
A sindicalista disse esperar que haja "uma grande participação" nas eleições legislativas e que delas saia um resultado que garanta uma "alteração da relação de forças na Assembleia da República" com vista "a uma melhoria das condições" de vida dos trabalhadores portugueses e também dos imigrantes.
As maiorias absolutas "não são benéficas para os trabalhadores", disse elogiando por sua vez os "avanços" conseguidos no tempo da 'geringonça' (acordo parlamentar entre PS, BE, PCP e PEV).
"Naquele período de 2015 a 2018-19 houve avanços que foram efetivados porque o PS estava em minoria, não tinha maioria na Assembleia da República e a luta dos trabalhadores e os partidos à sua esquerda, com a pressão que fizeram, conseguiram alguns avanços, não os suficientes, mas conseguiram alguns", afirmou.
A secretária-geral da CGTP defendeu que o atual período eleitoral é uma boa altura para os trabalhadores reivindicarem os seus direitos, apesar de considerar que as propostas que estão a ser apresentadas pelos partidos são "um leilão" de medidas apetecíveis pela maioria.
"É preciso ver também a ação desses partidos ao longo destes anos todos, o que é que fizeram, como é que votaram outras propostas de lei que já estiveram na Assembleia da República, como é que defendem ou não a valorização do trabalho e dos trabalhadores, que é fundamental para um país desenvolvido e de progresso e justiça social", frisou a líder sindical.
Isabel Camarinha, 63 anos, vai deixar a liderança da intersindical no XV Congresso da CGTP, que se realiza na sexta-feira e no sábado, no Seixal (distrito de Setúbal), porque atingiria a idade da reforma durante o próximo mandato de quatro anos, o que não é permitido segundo as regras internas da central sindical.
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