"Este ano queria chegar aos 10 milhões de euros de faturação", afirma o também cofundador da Avenidas, salientando que em 2023 o volume de negócios ficou "acima dos cinco milhões de euros", mais "25% face ao ano anterior".
O presidente executivo (CEO) sublinha que o "grande salto" da empresa, em termos de faturação, foi de "2021 para 2022", em que passou de "1,2 milhões de euros para quatro milhões", depois da 'startup' ter sido 'obrigada' a reinventar-se durante a pandemia.
Agora, "estamos mais robustos, estamos confiantes que este ano pode ser muito bom, o ano passado foi um ano de consolidação de equipas, de escritório, acreditamos dar um salto mais significativo" em 2024, prossegue, apontando que um dos grandes objetivos é "expandir" as operações na área do Grande Porto.
"Estamos presentes, mas queremos ter uma pegada mais forte" e "temos parceiros com quem trabalhamos em Lisboa nas diferentes áreas e que também estão no Porto", o que pode ser uma 'boleia' para atingir o objetivo pretendido.
A Avenidas tem quatro áreas de negócios: Ride, Tour, Send e Grow e está presente em Lisboa, Porto e Aveiro.
"Falta eventualmente abrir um escritório [no Porto] e aumentar a nossa expressão nas áreas de negócios" da empresa, refere Manuel Reis.
O CEO da Avenidas admite abrir um armazém/escritório no Porto este ano para servir a área logística daquela zona.
Até agora, a tecnológica investiu "cinco milhões de euros" - desde o início da 'startup' em 2016 -, "a maioria foi feita nos últimos dois anos".
No ano passado, a empresa investiu 1,5 milhões de euros e em 2024 estimam ser "um bocadinho mais elevado", antecipando que poderá "chegar aos dois milhões de euros", refere Manuel Reis, adiantando que 90% deste montante será aplicado na frota.
Atualmente, a 'startup' tem 70 viaturas de passageiros, entre as quais 10 são carrinhas de nove lugares, que servem os negócios Ride e Tour, seis estafetas de mota (Send), 30 carrinhas comerciais ligeiras e 90 promotores de vendas.
"Esperamos adquirir 40 viaturas do lado de passageiros e do turismo, 30 viaturas nos comerciais e se tudo correr bem duplicar o número de estafetas", diz.
Manuel Reis arrancou com a Avenidas, na altura com mais um sócio, em 2016, tinha acabado de sair da faculdade com a ideia de ter o seu próprio negócio.
Nesta fase, a Avenidas operava na área de transporte privado de passageiros - crianças, por exemplo -, passando, em 2018, a apostar no turismo, com a criação de rotas e experiências (como 'tours' privados), o que deu um impulso de crescimento à 'startup'.
Em 2019 já contavam com 20 viaturas, faziam transporte de passageiros para as plataformas TVDE, serviços de turismo, atingindo uma faturação de 800 mil euros, mas veio a pandemia e a Avenidas teve de se "reinventar", conta.
"Por vezes as adversidades podem ser oportunidades", admite Manuel Reis, relatando que a 'startup' passou a usar as viaturas para fazer entregas para a restauração, compras de supermercado, o que permitiu manter o negócio até passar a pandemia.
Na transição da pandemia, em 2022, decidiram criar áreas de negócios e investiram em mitas e carrinhas comerciais que servem "alguns grandes clientes", sobretudo nas entregas de comércio eletrónico como Amazon, Inditex, Nespresso (Avenidas Send).
Ao todo são quatro áreas: "Avenidas Ride (todo o transporte de passageiros e onde servimos plataformas digitais como a Uber e a Bolt); Avenidas Tour (onde fazemos serviços turísticos e 'tours'), Avenidas Send (entregas para a restauração e 'ecommerce') e em 2022 surgiu uma nova área de negócio, a Avenidas Grow, que surge através da 'startup' americana Worldcoin, que nos contactou para montarmos as operações deles de cá, temos promotores de vendas em 15 localizações espalhadas pelo país a fazer a ativação da marca", relata.
Destas quatro, o Avenidas Grow com a 'startup' americana é o que tem tido mais crescimento.
Atualmente, "70% da frota global das três áreas com rodas é elétrica. No ano passado fizemos 3,5 milhões de quilómetros, dos quais 2,8 milhões foram elétricos", refere, recordando que desde 2021 hastearam a "bandeira da sustentabilidade ecológica" e desde então deixaram de adquirir viaturas a combustão.
"Até hoje fizemos um investimento de quase tudo com 'cash flow' [dinheiro] próprios da empresa, tivemos uma abertura de capital no início de 2022 com investidor minoritário, na altura ajudou-nos a consolidar as equipas" e a avançar para as novas áreas de negócio, diz.
O Avenidas Grow é um projeto que o CEO espera ver crescer: "Vemos ali uma espécie de unidade de negócio que pode criar novas unidades de negócio ou que pode auxiliar empresas que queiram começar operações em Portugal de raiz".
Atualmente, na área da mobilidade sustentável, a Avenidas tem três projetos para receber fundos europeus "com base nos investimentos que temos feito", adianta.
Uma é do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que "já está aprovado", e os restantes são do Portugal 2030.
Atualmente, no escritório são 33 e no terreno - entre motoristas, guias turísticos, estafetas de motas, distribuidores de carrinhas comerciais e promotores de vendas são 270. Para este ano, o CEO tem como objetivo "contratar mais cinco a 10 pessoas para o escritório, alocadas às operações, e possivelmente chegar aos 350 colaboradores no terreno".
Em resumo, diz, as expetativas "são boas", mas tudo depende dos fatores externos e da estabilidade económica.
Leia Também: Hoje é notícia: Juiz critica escutas; Crimes de imigrantes sem aumento