Tiago Oliveira tem "condições" para ser o novo líder da CGTP

O antigo secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, faz um balanço positivo do mandato de Isabel Camarinha que termina no sábado e considera que Tiago Oliveira "reúne condições" para ser o próximo líder da intersindical.

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Lusa
21/02/2024 07:53 ‧ 21/02/2024 por Lusa

Economia

Arménio Carlos

Em entrevista à Lusa, o ex-líder da CGTP considerou que o mandato de quatro anos de Isabel Camarinha como secretária-geral da intersindical foi positivo, realçando que "funcionou" na "resposta aos problemas que se verificaram em termos do país".

"Creio que o balanço da atividade da central, em termos gerais, em termos coletivos, é positivo num quadro em que, mais uma vez, as maiorias absolutas se saldaram em problemas acrescidos para os trabalhadores", afirmou.

Também a pandemia de covid-19 contribuiu, logo no início do mandato de Isabel Camarinha, em 2020, para "dificultar a intervenção do movimento sindical".

Arménio Carlos, 68 anos, deixou de ser secretário-geral da CGTP em fevereiro de 2020, após dois mandatos, por motivos de idade, sucedendo-lhe então Isabel Camarinha que, por sua vez, deixará o cargo no XV congresso da central sindical, que se realiza no Seixal (distrito de Setúbal) na sexta-feira e no sábado.

Sobre o coordenador da União de Sindicatos do Porto, Tiago Oliveira, que será proposto no congresso a ocupar, a partir de sábado, o cargo de secretário-geral, Arménio Carlos disse ter "uma boa opinião dele".

"Acho que reúne condições [para ocupar o cargo de secretário-geral]", afirmou.

"Tenho uma boa opinião do Tiago e acho que está preparado para assumir estas novas responsabilidades que o congresso lhe vai atribuir no próximo fim de semana", acrescentou.

Com mais de 30 anos dedicados em exclusivo ao sindicalismo, Arménio Carlos foi secretário-geral da CGTP entre 27 de janeiro de 2012 e 15 de fevereiro de 2020, tendo voltado no final dos dois mandatos ao seu local de trabalho, a Carris, como eletricista.

Esteve na empresa cerca de um ano e meio e acabou por aposentar-se quando atingiu a idade para a reforma, aos 66 anos e meio e com 48 anos de contribuições para a Segurança Social.

Manteve-se no Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal até há cerca de um ano, mas saiu por considerar que "o movimento sindical deve ser composto por trabalhadores no ativo e não por reformados", disse.

"Os reformados têm um papel importante, considerando a sua experiência de vida, mas ela deve corresponder a um trabalho de retaguarda, de apoio, de ajuda na reflexão", defendeu Arménio Carlos.

No entanto, apesar de ter agora uma vida mais calma, assegurou que "não é uma vida acomodada ou desligada da realidade" e contou que tem respondido a pedidos vários para debates e intervenções na comunicação social, além da reflexão interna.

"Agora a adrenalina é diferente, mas as coisas são como são e, independentemente de não estar com responsabilidades sindicais, isso não implica que não tenha intervenção e continuo a dar sugestões e a apresentar propostas para um conjunto de problemas", concluiu.

Leia Também: Camarinha acusa Governo de fazer "malabarismos" com dados sobre salários

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