Remuneração de Carlos Tavares na Stellantis pode atingir 36,5 milhões
A remuneração relativa a 2023 de Carlos Tavares, líder do grupo automóvel Stellantis, pode acabar por atingir a prazo 36,5 milhões de euros, graças a um prémio de desempenho, anunciou hoje o grupo.
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Economia STELLANTIS
Este aumento está ligado essencialmente a um prémio de desempenho de 10 milhões de euros pela "transformação" do grupo iniciada em 2021, segundo detalhou a administração da Stellantis no seu relatório financeiro.
A remuneração de Carlos Tavares inclui pensões de reforma que serão pagas a longo prazo, mas também prémios atribuídos apenas se cumprir os objetivos definidos para 2025, último ano do seu mandato à frente do construtor automóvel.
No exercício financeiro de 2023, o gestor português receberá inicialmente 23,5 milhões de euros, disse um porta-voz da Stellantis citado pela AFP.
Paga em grande parte em ações, esta remuneração também aumenta com o valor das ações do grupo, que quase duplicou desde a sua criação em 2021, com a fusão da Peugeot-Citroën e da Fiat-Chrysler.
O quarto grupo automóvel mundial, que integra as marcas Peugeot, Fiat ou Dodge, anunciou no passado dia 15 um lucro recorde de 18,6 mil milhões de euros em 2023, um aumento de 11% em relação ao ano anterior. O volume de negócios aproxima-se de 190 mil milhões de euros, num mercado automóvel que recuperou após longos meses de abrandamento.
Classificado entre os gestores mais bem pagos das empresas que integram o índice bolsista francês CAC 40, Carlos Tavares foi criticado em 2022 pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, que considerou "chocante e excessivo" o valor "astronómico" que recebe.
A Stellantis argumenta no seu relatório que esta remuneração deve ser comparada com a de gestores de empresas como a Boeing nos Estados Unidos ou a Volkswagen na Europa. O grupo realiza a maior parte das suas vendas na Europa, mas obtém o essencial dos seus lucros no mercado norte-americano.
Tavares fica em primeiro lugar nessas comparações em relação a 2021 e 2022, ultrapassando a remuneração de Mary Barra, a líder da General Motors, por exemplo, mas está em linha com o desempenho do grupo, de acordo com a Stellantis.
O "bónus de transformação" recompensa Tavares em 2023 por ter lançado em Moselle a produção de motores elétricos e caixas de velocidades para carros híbridos, após um aumento das vendas de veículos elétricos em 2022.
O seu salário fixo mantém-se em dois milhões de euros por ano. Por outro lado, o seu prémio de desempenho em 2023 diminuiu ligeiramente, para 11,4 milhões de euros, porque a margem operacional do grupo caiu ligeiramente.
A isto somam-se cerca de 13 milhões de euros em bónus de ações, vinculados aos objetivos de longo prazo.
A remuneração será submetida a votação (não vinculativa) dos acionistas do grupo na assembleia-geral de 16 de abril.
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