"O resultado líquido da EDP aumentou para 952 milhões de euros em 2023 suportado pela recuperação da produção hídrica em Portugal para níveis em linha com a média histórica (após a seca extrema de 2022), o aumento de resultados provenientes do Brasil, onde a EDP passou a deter 100% da sua subsidiária EDP Brasil, assim como os ganhos em transações de rotação de ativos renováveis em Espanha, Polónia e Brasil", referiu, na nota divulgada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Segundo a empresa, o resultado líquido inclui 310 milhões de euros "de perdas não recorrentes associadas a imparidades na central a carvão de Pecém, nos projetos eólicos na Colômbia e nas centrais de ciclo combinado em Portugal".
"Neste período, a EDP reforçou o seu compromisso com a transição energética, ao alocar 96% do seu investimento total (90% em 10 mercados) a projetos de energias renováveis", destacou, bem como ao "desenvolvimento das redes de eletricidade em Portugal, Espanha e Brasil, alinhado com a taxonomia europeia".
Segundo o grupo, "as energias renováveis representaram já 87% da produção total de eletricidade da EDP, contribuindo para a forte redução de emissões de CO2 (scope 1 e 2) em 50% face a 2022".
A EDP disse ainda que "deu passos importantes na implementação da sua estratégia de saída do negócio de carvão até ao final de 2025", com venda "de 80% e opção de venda de 20% da central térmica de Pecém no Brasil, com análise da conversão para combustão de gás, hidrogénio ou biomassa", com a parceria "na central de Aboño em Espanha com decisão de investimento na conversão para gás" e pedido de "autorização de encerramento das centrais a carvão de Soto 3 e Los Barrios em Espanha".
Segundo o grupo, "estas decisões permitirão que a produção de eletricidade a partir de carvão represente já menos de 1% da produção de eletricidade e receitas totais da EDP em 2024".
O EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) recorrente do grupo "aumentou 11% para os 5.023 milhões de euros, impulsionado pela normalização da produção hídrica e dos custos de abastecimento de eletricidade e gás face a 2022, com impacto positivo na recuperação da margem integrada no mercado ibérico", disse a EDP.
O EBITDA do segmento eólico e solar "baixou 15%, penalizado por recursos eólicos abaixo da média, atrasos na instalação de capacidade adicional e redução de preços de eletricidade em mercados grossistas europeus face aos níveis recorde registados em 2022", referiu.
A EDP destacou ainda que "os ganhos com rotação de ativos renováveis totalizaram 460 milhões de euros".
Já o "EBITDA da atividade de redes de eletricidade em Portugal, Espanha e Brasil diminuiu ligeiramente face ao período homólogo para 1.501 milhões de euros" enquanto o EBITDA do Brasil "aumentou 6 milhões de euros face a 2022 impulsionado por um forte aumento de 5% na procura".
Por outro lado, "os custos financeiros líquidos mantiveram-se nos 910 milhões de euros, ainda que o custo médio da dívida tenha tido um aumento de 65 bps [pontos base] para os 5,0%", disse.
Em dezembro de 2023, "a dívida líquida da EDP totalizava 15,3 mil milhões de euros, refletindo a aceleração do investimento em renováveis e redes de eletricidade, bem como a aquisição dos minoritários da EDP Brasil (1,1 mil milhões de euros), compensados pelos 2 mil milhões de euros de aumentos de capital da EDP e EDP Renováveis" no primeiro trimestre do ano passado.
O grupo contou ainda, neste capítulo, com dois mil milhões de euros "relativos ao encaixe com rotação de ativos, que inclui a desconsolidação de encaixe" com "parcerias institucionais".
[Notícia atualizada às 19h50]
Leia Também: Bolsa de Lisboa em alta. Mota-Engil sobe 1,85% e EDP Renováveis cai 1,02%