Medina esperado em Bruxelas para 1.ª reunião do Eurogrupo pós-eleições

O ministro das Finanças, Fernando Medina, é hoje esperado em Bruxelas para a reunião do Eurogrupo, o primeiro Conselho pós-eleições legislativas de domingo e que se concentrará na retoma das regras orçamentais da União Europeia (UE) em 2025.

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Lusa
11/03/2024 06:37 ‧ 11/03/2024 por Lusa

Economia

Fernando Medina

Depois das eleições legislativas de domingo, Fernando Medina deve representar hoje Portugal na reunião do Eurogrupo, na capital belga, na qual haverá uma discussão sobre a evolução macroeconómica e a política orçamental na zona euro em 2025.

Dado o acordo político alcançado em fevereiro entre os colegisladores sobre a revisão das regras de governação económica da UE, os ministros das Finanças da moeda única trocarão opiniões sobre a orientação da política orçamental para 2025, dada a evolução económica.

Numa entrevista à agência Lusa em meados de fevereiro, o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, disse esperar que as novas regras orçamentais da UE entrem em vigor já em 2025, dada a concordância dos Estados-membros, o que implicaria que os países apresentassem a Bruxelas planos plurianuais no próximo verão.

A posição surgiu depois de, dias antes, o Parlamento Europeu e os Estados-membros da UE terem chegado a acordo sobre a reforma das regras orçamentais do bloco, visando garantir a recuperação das finanças públicas e preservar simultaneamente o investimento.

Em causa está a prevista retoma destas regras orçamentais, após a suspensão devido à pandemia de covid-19 e à guerra da Ucrânia, com nova formulação, apesar dos habituais tetos de 60% do PIB para a dívida pública e de 3% do PIB para o défice.

Com o acordo alcançado, está prevista a diminuição da dívida de, pelo menos, um ponto percentual ao ano para os países com um rácio da dívida superior a 90% do PIB (como é o caso de Portugal) e de meio ponto percentual para os que estão entre este teto e o patamar de 60% do PIB.

Caberá aos Estados-membros preparar os seus planos nacionais, que a Comissão Europeia avaliará, definindo um período de pelo menos quatro anos para que a dívida seja colocada numa trajetória descendente, com este prazo a poder ser de sete anos perante reformas e investimentos (como os incluídos nos Planos de Recuperação e Resiliência).

Ainda assim, será introduzido um teto anual de gastos públicos para desvio máximo.

Os países incumpridores podem incorrer em procedimentos por défices excessivos e multas.

As salvaguardas foram impostas por um grupo de países 'frugais' liderados pela Alemanha, que sempre pediu metas quantitativas contra o endividamento, enquanto outros Estados-membros como Itália ou França exigiram maior flexibilidade para investimentos e reformas.

A negociação tem por base uma proposta da Comissão Europeia, divulgada em abril de 2023, para regras orçamentais baseadas no risco, com uma trajetória técnica e personalizada para países endividados da UE, como Portugal, dando-lhes mais tempo para reduzir o défice e a dívida.

Leia Também: Avançar com acordos sobre tributação das empresas é "prioridade" no G20

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