Fechada a contagem dos votos e já com um primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, vale recordar o que prevê a Aliança Democrática (AD) para a economia portuguesa. Em cima da mesa está um crescimento de 2,5% em 2025 até 3,4% em 2028, através de um choque fiscal de cinco mil milhões de euros ao longo da próxima legislatura, segundo o programa macroeconómico divulgado no final de janeiro - mas há mais.
As previsões partem do cenário macroeconómico do Conselho de Finanças Públicas (CFP) e seguindo um "princípio de prudência", a coligação mantém a projeção daquela instituição para 2024: 1,6%.
Segundo o cenário macroeconómico da AD, a contribuir para o crescimento do PIB estará sobretudo a procura interna, com um contributo entre 2,5 pontos percentuais (pp.) e 3,1 pp..
IRS e IRC. Choque fiscal vai influenciar a economia?
De acordo com os economistas da coligação, o crescimento da economia será sobretudo influenciado por um choque fiscal de cinco mil milhões de euros ao longo do horizonte da próxima legislatura, com três mil milhões de euros para o IRS, 1,5 mil milhões de euros para o IRC e 500 milhões para medidas fiscais destinadas à habitação.
O cenário macroeconómico da AD aponta para um crescimento do consumo privado ligeiramente abaixo do PIB (passe de 2% em 2025 para 3,2% em 2028), enquanto o investimento se fixa acima, sobretudo entre 2025 e 2026.
A coligação prevê um aumento do investimento de 5,2% em 2025 e de 4,5% em 2026, caindo para 3,2% em 2027 e 3,4% em 2028.
A impulsionar a economia estarão também as exportações de bens e serviços, com uma taxa de crescimento de 3,8% em 2025, 4% em 2026, 4,4% em 2027 e 4,4% em 2028. Já as importações deverão passar de 3,8% em 2025 para 3,9% em 2028.
Prevê ainda um crescimento contido do consumo público, com uma taxa de variação entre 1,7% em 2025 e 2,5% em 2028.
E o mercado de trabalho?
A AD projeta ainda que o emprego passa de 0,3% em 2024 para 1,1% em 2025, crescendo até 1,4% em 2028, enquanto a taxa de desemprego se reduz ao longo do horizonte de projeção: de 6,2% em 2025 cai para 5% em 2028.
Programa económico da AD tem por base quatro reformas estruturais
O programa económico da AD baseia-se fundamentalmente em quatro reformas estruturais: reduzir impostos sobre o trabalho e o investimento, apostar na iniciativa privada e na produtividade, "melhor Estado e combate à corrupção" e "uma economia de futuro".
Para as concretizar prossegue 10 visões estratégicas, incluindo "ampliar as condições de efetiva liberdade económica", aumentar "a produtividade assente na melhoria contínua do capital humano", criar "condições para atração de investimento privado" ou "responsabilidade e sustentabilidade orçamental".
O líder da banca parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, durante a conferência de imprensa sobre o programa económico, assegurou que o cenário económico da AD é conservador e remeteu os custos das medidas anunciadas para a apresentação do Programa Eleitoral, altura em que será divulgado o cenário orçamental.
Joaquim Miranda Sarmento avançou, contudo, que a coligação espera um "ligeiro superavit em torno de 0,8% do PIB" e que o peso da dívida pública se reduza para 90% do PIB.
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