Depois de a Standard & Poor's ter subido o 'rating' de Portugal de 'BBB+' para 'A-', com perspetiva positiva, é a vez da Fitch se pronunciar pela primeira vez este ano sobre a dívida da República, de acordo com o calendário da agência.
De acordo com os analistas consultados pela Lusa, a Fitch deverá manter a avaliação, após ter, em setembro do ano passado, subido o 'rating' de Portugal de 'BBB+' para 'A-' e mantido a perspetiva estável.
"Em condições normais, haveria condições para melhorar a perspetiva de "estável" para "positiva" tendo em conta que, desde a última apreciação feita pela Fitch, houve melhorias ao nível das contas públicas, nomeadamente no rácio dívida/Produto Interno Bruto (PIB) e também uma evolução positiva nos indicadores de mercado", assinala o presidente da IMF -- Informação de Mercados Financeiros, Filipe Garcia.
Segundo o analista, no entanto, a agência será mais cuidadosa, dado o contexto político: "tendo em conta que estamos em período de formação de novo Governo, a Fitch poderá querer "esperar para ver" para concluir acerca da estabilidade política e existência ou não de um retificativo", aponta.
Por seu lado, o diretor de investimentos do Banco Carregosa, Filipe Silva, destaca a entrada "numa fase do ciclo económico em que as elevadas taxas de juro começam a pesar, algo que era esperado e que deverá legar a um abrandamento económico".
"Torna-se importante para Portugal continuar a reduzir o seu nível de endividamento, para poder enfrentar de uma forma robusta, qualquer ciclo económico mais adverso que venha a surgir", considera.
A Moody's, que atribui ao 'rating' de Portugal 'A3', com perspetiva estável, será a próxima agência a pronunciar-se, encerrando o ciclo de avaliações do primeiro semestre em 17 de maio.
O 'rating' é uma avaliação atribuída pelas agências de notação financeira, com grande impacto para o financiamento dos países e das empresas, uma vez que avalia o risco de crédito.
Os calendários das agências de 'rating' são, no entanto, meramente indicativos, podendo estas optar por não se pronunciarem nas datas previstas ou avançarem com uma avaliação não calendarizada.
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