Falando hoje num encontro com jornalistas na Maia, distrito do Porto, o presidente executivo (CEO) da Sonae Sierra afirmou que a empresa está num "novo ciclo de crescimento", assente numa operação transversal e multinacional no setor imobiliário, promovendo e gerindo investimentos e serviços do residencial aos escritórios, retalho e lazer.
"Hoje a Sonae Sierra é muito mais do que centros comerciais. É uma empresa multinacional que opera de forma integrada no setor imobiliário, um gestor de investimentos, um promotor imobiliário e um gestor de serviços imobiliários", enfatizou Fernando Guedes de Oliveira.
Com projetos realizados em mais de 35 países e equipas estabelecidas em 11 geografias, o braço imobiliário do grupo Sonae, que em 2024 assinala 24 anos de atividade, gere atualmente cerca de 7.000 milhões de euros em ativos, 25% dos quais fora dos centros comerciais, tendo em curso um investimento de 700 milhões de euros em oito projetos urbanos (quatro em fase de construção, representando 40% do investimento, e quatro em fase de licenciamento, todos no segmento residencial, sendo um em Lisboa, dois o Porto e o outro em Bucareste).
Um dos projetos em execução é a construção da denominada Torre Norte do Colombo, em Lisboa, o terceiro edifício de escritórios adjacente ao centro comercial com o mesmo nome e que, com nove pisos e 35.000 metros quadrados de área bruta de construção, representa um investimento de 118 milhões de euros.
Segundo o CEO da Sierra, o projeto está a ser promovido em parceria com o grupo segurador francês Axa, que em maio vai comprar uma participação de 74% neste projeto imobiliário, cuja conclusão está prevista para o final de 2025.
E se, até agora, a aposta da Sonae Sierra na área residencial tem estado focada no segmento médio/alto, Fernando Guedes de Oliveira garante que a empresa quer ter uma "contribuição para resolver o problema da habitação em Portugal" e "não exclui estar em qualquer segmento" do mercado.
Neste sentido, revelou, a Sierra tem vindo a "falar com várias autarquias" do país com vista a avançar com projetos 'build-to-rent '(construir para arrendar)", admitindo assumir-se não só como promotor, mas também como gestor de arrendamentos.
Paralelamente, quer ainda apostar noutros segmentos de investimento residencial, como o 'co-living', os 'serviced apartaments' ou as residências sénior.
Já no segmento da prestação de serviços -- seja na hotelaria, escritórios, residencial, saúde, mercado alimentar, centros comerciais, logística e residências de estudantes e seniores --, a Sierra opera hoje em 35 países, tendo-se estreado no ano passado numa nova geografia: o Kosovo.
Guedes de Oliveira destacou ainda a expansão registada no negócio de 'investment management' da Sierra, no âmbito do qual a empresa anunciou hoje uma 'joint venture' com a PGIM para investimento na área da hotelaria e opera atualmente 20 veículos de investimento, surgindo "no top 150 dos maiores gestores imobiliários a nível global".
Em simultâneo, a Sierra mantém a aposta no negócio dos centros comerciais, tendo investido 83 milhões de euros "em intervenções de valor acrescentado" na Europa e pretendendo "continuar a crescer" fora do contexto europeu, nomeadamente na América do Sul (tem dois projetos em 'pipeline' no Brasil e um projeto em fase de licenciamento na Colômbia, para uso misto residencial e comercial) e no Norte de África (onde tem em construção mais um centro comercial em Zenata, perto de Casablanca).
Fernando Guedes de Oliveira destacou ainda os resultados financeiros obtidos pela empresa em 2023, ano em que aumentou em 28% dos resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações (EBITDA), para 100 milhões de euros, e em 14% das receitas de serviços, tendo alcançado "o melhor ano de sempre" nas vendas de lojistas dos centros comerciais da Europa, que subiram 11% para 3.400 milhões de euros.
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