O anúncio da agência de 'rating' S&P coincide com o alegado ataque israelita contra o Irão, hoje, em resposta ao ataque de Teerão a Israel, no sábado passado, com mais de 300 drones e mísseis, e surge no meio da escalada de tensão entre os dois países, que fez soar o alarme na comunidade internacional sobre o risco de um conflito regional.
Assim, a S&P baixou a notação da dívida de longo prazo de Israel de 'AA-' para 'A+' e a de curto prazo de 'A-1+' para 'A-1'.
Por um lado, a agência sublinha que a recente "escalada do confronto com o Irão aumenta os já elevados riscos geopolíticos para Israel", embora espere que "seja evitado um conflito regional mais vasto".
No entanto, adverte que a ofensiva israelita em Gaza, em curso desde outubro passado, e o confronto com o grupo libanês Hezbollah na fronteira com o Líbano prolongam-se, contrariamente às expectativas da S&P, que reconhece ter pensado inicialmente que a violência não duraria mais de seis meses.
Neste sentido, sublinha que a perspetiva negativa "reflete o risco de que a guerra entre Israel e (o grupo palestiniano) Hamas e o confronto com o Hezbollah possam escalar ou afetar os parâmetros económicos".
Além disso, a S&P insiste que poderá baixar ainda mais a notação de crédito de Israel "se os conflitos em curso se alastrarem, aumentando ainda mais os riscos geopolíticos e de segurança que Israel enfrenta".
"Poderemos também baixar a notação nos próximos 12 a 24 meses, se o impacto dos conflitos no crescimento económico, na situação orçamental e na balança de pagamentos de Israel se revelar mais significativo do que prevemos atualmente", afirma a S&P.
A agência também prevê que o défice público aumente para 8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, "principalmente em resultado do aumento das despesas com a defesa".
E antecipa que o crescimento israelita em 2024 será de 0,5%, contra 2% em 2023, segundo a agência, que recorda que no último trimestre de 2023 o PIB israelita se contraiu 5,7%.
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