Em cima da mesa das assembleias gerais em 14 de maio -- a realizar pelas 10:00 para os detentores de "Obrigações Verdes Greenvolt 2022-2027" ("Obrigações Verdes Greenvolt 2027") e pelas 12:00 para os titulares de "Greenvolt Notes 2021/2028" ("Obrigações Greenvolt 2028") - estará a apreciação de uma deliberação extraordinária que prevê uma alteração às condições para os obrigacionistas poderem exigir o reembolso antecipado, segundo dois comunicados enviados à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
O objetivo é substituir, nos respetivos prospetos de oferta pública de subscrição e de admissão à negociação, a referência à Altri e aos acionistas de referência por "entidades KKR" (Kohlberg Kravis Roberts, empresa de investimento norte-americana cujo fundo Gama Lux lançou em dezembro de 2023 uma Oferta de Pública de Aquisição (OPA) sobre a Greenvolt).
Relativamente às "Obrigações Verdes Greenvolt 2027", a empresa propõe que no prospeto passe a ler-se que "constitui uma situação de reembolso antecipado por opção dos obrigacionistas" o caso em que "o conjunto das participações sociais detidas, direta ou indiretamente, por uma ou mais entidades KKR, deixar de representar a maioria do capital social e/ou dos direitos de voto do emitente".
Segundo acrescenta, por "entidades KKR" entende-se "quaisquer entidades por meio das quais a KKR & Co. Inc. e/ou a Kohlberg Kravis Roberts & Co. L.P., direta ou indiretamente, controle o exercício de direitos de voto inerentes a ações representativas do capital social do emitente, assim determinando o sentido em que tais direitos de voto são exercidos".
No prospeto original, constava que "o conjunto das participações sociais detidas, direta ou indiretamente, pela Altri e/ou pelos acionistas de referência e/ou os seus herdeiros legais deixe de representar a maioria do capital social e/ou dos direitos de voto do emitente".
Da mesma foram, no que respeita às "Obrigações Greenvolt 2028", a assembleia irá deliberar sobre a eliminação das definições de "Altri" e "Relevant Entities" (entidades relevantes).
O fundo de investimento em infraestruturas Gamma Lux, com sede no Luxemburgo e gerido pela norte-americana KKR, anunciou a 21 de dezembro do ano passado "uma oferta pública geral e voluntária de aquisição da totalidade das ações"da Greenvolt, tendo entretanto sido constituída, já este ano, a sociedade GVK Omega, com sede em Lisboa, para realizar a operação.
O fundo gerido pela KKR indicou ter assinado contratos para comprar uma participação total 60,86% na Greenvolt a sete acionistas da empresa liderada por João Manso Neto, detalhando que as aquisições só deverão estar concluídas a partir de 31 de maio de 2024.
A operação aguarda ainda aprovação de entidades irlandesas e búlgaras, após o perito independente nomeado pela CMVM ter fixado um preço mínimo de 7,30 euros, um valor inferior aos 8,30 euros oferecidos pela entidade.
Em 19 de janeiro, o Conselho de Administração da Greenvolt considerou "justo" o valor oferecido pela KKR na oferta de compra do grupo português de energias renováveis, sustentando que capital acionista adicional permitirá "acelerar o plano de negócios".
Segundo a administração da Greenvolt, o valor "é justo" tendo em conta que "representa um prémio de 95,3% face ao preço de subscrição das ações no âmbito da abertura de capital e de 47,7% face ao preço de subscrição das ações no âmbito do aumento de capital 2022".
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