As ações da Galp têm estado, nos últimos dias, a valorizar no seguimento de a petrolífera ter anunciado que fez uma "descoberta comercial importante". Afinal, que descoberta foi esta?
No domingo, a Galp informou os investidores que a reserva de petróleo na Namíbia, na primeira fase de testes da campanha Mopane, tem potencial para ser uma "descoberta comercial importante".
Num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa explicou que "só no complexo de Mopane e antes de perfurar poços adicionais de exploração e avaliação, as estimativas de hidrocarbonetos no local são de 10 mil milhões de barris de petróleo equivalente, ou mais".
Ações animadas à boleia desta descoberta
A subida das ações da Galp nos últimos dias é uma reação natural à descoberta comercial significativa na Namíbia e a eventual venda do projeto permite reduzir o risco inerente ao negócio da exploração petrolífera, consideraram analistas consultados pela Lusa.
"Neste momento, há uma enorme incerteza quanto ao futuro da exploração, os 'cash flows' [fluxos de caixa] futuros e quanto da sua parcela poderão vender a outras empresas. Contudo, em qualquer dos casos, isto será uma mais-valia clara para a Galp", apontou Henrique Tomé, analista da xtb, em resposta escrita à Lusa.
O analista considerou que se a empresa optar por explorar aquela reserva na Namíbia, terá um incremento de 'cash flow' futuro bastante grande, visto que esta reserva tem enorme potencial.
Por outro lado, se a empresa optar por vender uma parte ou a totalidade do projeto, que detém em 80%, pode arrecadar um grande valor de capital a curto prazo, que poderá utilizar noutros projetos ou distribuir com os seus acionistas.
Também o administrador operacional da ActivTrades Brasil, Mário Martins, realçou que "quando ocorre uma descoberta efetiva, a empresa rentabiliza uma parte substancial do seu investimento, nem que seja de forma potencial".
No caso de a empresa colocar à venda parte ou a totalidade do projeto, isto "vai permitir efetivar uma parcela dessa rentabilização, para além de reduzir o risco", explicou o analista.
"Do mesmo modo, a confirmação dessas reservas fornece matéria-prima para mais uns largos anos de operação da empresa, criando assim expectativas adicionais de lucros futuros", acrescentou Mário Martins.
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