Presidente do Novo Banco diz que fim do CCA "seria bom para o banco"

O presidente executivo do Novo Banco, Mark Bourke, defendeu hoje que uma antecipação do fim do Acordo de Capital Contingente (CCA) seria algo "bom para o banco" e para potenciais acionistas.

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Lusa
02/05/2024 17:07 ‧ 02/05/2024 por Lusa

Economia

Novo Banco

"Acho que já dissemos várias vezes que acabar com o CCA mais cedo seria bom para o banco e seria bom para, acreditamos, todos os potenciais acionistas e partes interessadas", disse Bourke numa chamada telefónica, acompanhado do administrador financeiro (CFO) do banco, Benjamin Dickgiesser.

Na opinião do CEO do banco, uma resolução do CCA antes do prazo "desbloquearia os dividendos e os acessos aos mercados para terminar a preparação de uma OPI [Oferta Pública Inicial]".

O CCA foi negociado durante o processo da compra do Novo Banco pelo fundo Lone Starr, em 2017 e foi ao abrigo deste que o Fundo de Resolução injetou mais de 3.000 milhões de euros no banco. Em contrapartida, o acordo proíbe a distribuição de dividendos pelo banco.

O Novo Banco anunciou hoje que fechou o primeiro trimestre do ano com um lucro de 180,7 milhões de euros, mais 21,8% face ao período homólogo.

A margem financeira ascendeu a 299 milhões de euros (246,3 milhões euros no período homólogo), enquanto a taxa da margem financeira foi de 2,88% (2,34% nos mesmos meses do ano passado), "em resultado do ambiente favorável das taxas de juro e da eficiente gestão das taxas de juro dos ativos e do custo de financiamento", indica.

Na chamada com analistas, Bourke admitiu que o banco está a atravessar um pico na margem financeira, em particular no campo da taxa da margem financeira, que diz respeito à relação entre a margem financeira e saldo médio do total dos ativos geradores de juros está num pico.

"Tivemos um forte crescimento da margem financeira quando consideramos a evolução homóloga de 21%. Estamos, no entanto, num pico da taxa da margem financeira", apontou o CEO do banco.

"Passámos o pico da taxa da margem financeira. No terceiro e quarto trimestre tivemos uma taxa de margem financeira de 3%, baixámos para 2,88% no primeiro trimestre do ano", explicou Dickgiesser.

Segundo o administrador financeiro, este abrandamento deve-se a um ritmo mais lento na compra e a uma reavaliação significativa dos ativos, tendo o custo dos depósitos aumentado 22 pontos base de 1,3% para 1,5%.

"Além disso, há que ter em conta que emitimos mil milhões de euros de financiamento grossista neste trimestre, o que aumenta ainda mais o custo do passivo", acrescentou.

O Novo Banco, que ficou com parte da atividade bancária do Banco Espírito Santo (BES) na sequência da resolução de 2014, tem no fundo Lone Star (75%) o seu acionista maioritário, estando os restantes 25% divididos entre Fundo de Resolução e a Direção-Geral do Tesouro e Finanças.

Na semana passada, o semanário Expresso noticiou que ainda não houve conversas entre o novo Governo, liderado por Luís Montenegro, e a administração do banco para a revisão do acordo do mecanismo de capital contingente, que só termina no fim de 2025.

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