Elétrica moçambicana quer concluir linha com Maláui

A Eletricidade de Moçambique (EDM) prevê concluir este ano a linha de transporte de energia com o Maláui, no âmbito dos esforços para se tornar uma "referência regional", disse à Lusa o presidente da empresa.

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Lusa
17/05/2024 10:35 ‧ 17/05/2024 por Lusa

Economia

Moçambique

"Estamos a fazer a interligação com o Maláui, a 400 Kv (...). É uma linha que vai terminar este ano e permitir escoar energia para região", declarou à Lusa Marcelino Gildo Alberto, à margem  da reunião do Conselho Coordenador do Ministério dos Recursos Minerais e Energia, que decorre no distrito do Mossuril, na província de Nampula, norte de Moçambique.

No total, até agora, Moçambique tem três ligações com países da região para os quais também vende energia, nomeadamente África do Sul, Zimbabué e Essuatíni.

Além de uma nova linha com o Maláui, prosseguiu o presidente da EDM, o país tem em carteira um projeto para a construção de uma linha de ligação com a Zâmbia, que já consome energia de Moçambique através do sistema "Southern African Power Pool", tendo já concluído os estudos de viabilidade.

"Neste momento, estamos à procura de financiamento para fazer a interligação com a Zâmbia", declarou Marcelino Gildo Alberto, assinalando que o objetivo é ligar o país a todos integrantes da região austral.

"Só no ano passado, 22% do volume de energia produzida foi para exportação. Isso é benéfico porque garante divisas para o país", acrescentou Marcelino Gildo Alberto.

A criação de novas linhas para transportar eletricidade serão acompanhados de novos projetos de geração de energia, entre os quais o destaque vai para a Central Térmica de Temane, localizada na província de Inhambane e que vai produzir 450 MW.

"No início de 2025 poderemos ter 450 MW disponíveis para ser consumidos a nível doméstico e também a nível regional", frisou.

Embora os esforços de produção estejam a seguir a bom ritmo, prosseguiu o presidente da EDM, a vandalização de infraestruturas continua o principal desafio, com a empresa pública a perder, só no ano passado, 30 milhões de meticais (475 mil euros) na reposição de infraestruturas.

"A vandalização é um grande cancro para nossa empresa (...). Eles retiram o cobre e alumínio que estão nestas infraestruturas e vão vender no mercado, acreditamos nós que o material é vendido no mercado sul-africano. Mesmo no que diz respeito aos transformadores, por vezes eles desligam os Postos de Transmissão (PT) e retiram todo seu núcleo, que é de cobre", lamentou.

Apesar deste desafio, segundo o responsável, a expansão da rede elétrica em Moçambique apresenta boas perspetivas, tendo a empresa registado, só no ano passado, quase quatro mil novas ligações.

"Este número representa um marco histórico e elevou a fasquia da taxa de acesso à energia (...). Dos 135 postos administrativos que faltavam ligar, já ligámos 61, faltando 74 postos administrativos e, apesar dos congelamentos que temos tido a nível financeiro, há um esforço muito grande de tentar concluir com esse marco", concluiu o presidente da EDM.

Sob o lema "Por uma transformação e uso local dos recursos minerais e energético para o Desenvolvimento Sustentável", a reunião do conselho coordenador em Nampula termina hoje, após dois dias de reuniões entre vários quadros do Ministério do Recursos Minerais e Energia e presidentes de diversas empresas públicas.

Leia Também: Eletricidade exportada por Moçambique cresceu 9% em 2023

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