A Moody's considerou que as iniciativas "vão estimular a procura de imóveis e reduzir o número de imóveis disponíveis, ajudando a estabilizar o mercado" no país asiático, que está mergulhado numa prolongada crise imobiliária, algo que pesou na recuperação económica.
"Esperamos que as mais recentes medidas de apoio ajudem a aliviar algumas pressões de curto prazo no mercado imobiliário, ao mesmo tempo que ajudam a suavizar a desalavancagem do setor e a reduzir os riscos sistémicos", disse Kelly Chen, analista da agência de 'rating'.
As autoridades chinesas anunciaram na sexta-feira cerca de 42,25 mil milhões de dólares (39 mil milhões de euros) em empréstimos para projetos de habitação subsidiada ou a redução das entradas exigidas para a compra de casas, enquanto instaram as administrações locais a comprar aos promotores imobiliários terrenos não urbanizados ou imóveis não vendidos.
A Moody's considerou que a flexibilização das hipotecas "não deve conduzir a uma melhoria acentuada e prolongada" das vendas de casas novas, tendo em conta as perspetivas de crescimento modestas e o aumento da oferta no mercado de imóveis usados.
A agência também prevê uma melhoria da qualidade dos ativos dos bancos à medida que o mercado estabiliza, embora alerte para o aumento das responsabilidades contingentes das autoridades locais se estas emitirem dívida para comprar o inventário não vendido aos promotores imobiliários.
A Moody's considerou que a escala da proposta parece ser insuficiente para reduzir o inventário existente.
A situação financeira de muitas empresas imobiliárias chinesas agravou-se depois de Pequim ter anunciado, em agosto de 2020, restrições ao acesso ao financiamento bancário para os promotores que acumularam um elevado nível de dívida, incluindo a Evergrande, com um passivo de quase 330 mil milhões de dólares (304 mil milhões de euros).
O governo anunciou entretanto várias medidas de apoio, com os bancos estatais a abrirem também linhas de crédito multimilionárias a vários promotores, visando apoiar a conclusão de projetos vendidos na planta.
Uma questão que preocupa Pequim pelas suas implicações na estabilidade social, já que a habitação é um dos principais veículos de investimento das poupanças das famílias chinesas.
No entanto, o mercado não está a reagir: as vendas comerciais medidas por área útil caíram 24,3% em 2022 e mais 8,5% em 2023.
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