"Temos oito projetos a decorrer no valor de 2,3 milhões de euros", sendo que o objetivo é "terminar estes projetos e [trabalhar] na cooperação futura e também em como operacionalizar a reconversão da dívida de Cabo Verde em projetos ambientais, projeto que veio já do passado, mas que foi confirmado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, na visita a Cabo Verde", em abril.
A ministra do Ambiente e Energia acompanha hoje o ministro da Agricultura e Ambiente de Cabo Verde, Gilberto Silva, na inauguração do Centro de Educação Ambiental de Santa Cruz, que servirá também como plataforma para a sustentabilidade e resiliência no município.
Este projeto, financiado e executado no âmbito do Programa de Cooperação entre Cabo Verde e Portugal (PEC 2021-2024), representa um investimento global de 187.500 euros e servirá para sensibilizar as comunidades locais de Pedro Badejo, 35 quilómetros a norte da capital, Praia.
O ministro cabo-verdiano pretende apresentar novos projetos e mostrou "grande satisfação, por saber que o Governo português mantém todo o interesse em continuar esta cooperação profícua".
A visita da governante portuguesa "reforça o compromisso mútuo de Cabo Verde e Portugal em enfrentar desafios ambientais comuns e promover o desenvolvimento sustentável", acrescentou o Ministério, numa nota sobre a visita.
Maria da Graça Carvalho representará também o Governo junto da comunidade portuguesa, na Praia, na celebração do Dia 10 de Junho, na Embaixada de Portugal, momento que servirá para homenagear o embaixador Paulo Lourenço, que morreu em maio, vítima de ataque cardíaco.
Portugal assumiu em 2023 o compromisso de ser o primeiro participante no fundo climático de Cabo Verde, com 12 milhões de euros.
O montante corresponde ao valor que seria entregue pelo Estado cabo-verdiano, como reembolso de capital, no âmbito do Contrato de Consolidação da Dívida de Cabo Verde a Portugal, celebrado em 01 de fevereiro de 2022.
No caso, a verba destina-se a projetos relacionados com o reforço de energias renováveis, para Cabo Verde se aproximar da meta estabelecida pelo Governo de 50% de produção até 2030.
A conversão de dívida em financiamento climático tem sido apontada como um exemplo a seguir por Portugal e pelo Governo cabo-verdiano em diversos fóruns internacionais.
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