Segundo o órgão responsável pelas estatísticas do Governo brasileiro, foi o primeiro aumento após sete quedas consecutivas na taxa de inflação. Nos cinco primeiros meses de 2024, a inflação no país sul-americano soma 2,27%.
O IBGE avaliou que o resultado foi pressionado pelos preços dos alimentos e bebidas, que subiram 0,62% na comparação com abril, influenciados, sobretudo, pela alta dos tubérculos, raízes e legumes (6,33%).
"Em maio, com a colheita das águas na reta final e um início mais devagar da colheita das secas, a oferta da batata ficou reduzida. Além disso, parte da produção foi afetada pelas fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul, que é uma das principais regiões produtoras", frisou André Almeida, gerente da sondagem do IBGE.
Depois de alimentação e bebidas, o grupo que mais influenciou o resultado geral da inflação brasileira foi o grupo habitação (0,67%), com a alta da energia elétrica residencial (0,94%), o terceiro item de maior impacto individual sobre o resultado geral.
Segundo o levantamento do IBGE, durante a tragédia ambiental que atingiu o estado do Rio Grande do Sul, devastado pelas chuvas em maio, a cidade de Porto Alegre foi a área de abrangência investigada pela sondagem com maior variação nos preços.
O estado do Rio Grande do Sul foi atingido no mês passado por enchentes históricas que mataram 173 pessoas e afetaram também os produtores agrícolas.
Analistas e instituições financeiras consultados pelo Banco Central brasileiro esperam que a inflação no país fique em 3,9% em 2024.
A aceleração dos preços em maio poderá mais uma vez incentivar o comité monetário (Copom) do Banco Central brasileiro a ser cauteloso na fixação da taxa básica de juros.
No mês passado, os juros no país sul-americano caíram 0,25 ponto percentual, para 10,50%, após seis reduções consecutivas de 0,5 pontos. A próxima reunião do Copom está marcada os dias 18 e 19 de junho.
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