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Reguladores deverão ser mais exigentes com banca na transição energética

A agência de notação DBRS apontou hoje que os reguladores europeus deverão ser mais exigentes com a banca na transição energética, antecipando sanções financeiras para os bancos que não as cumpram.

Reguladores deverão ser mais exigentes com banca na transição energética
Notícias ao Minuto

11:09 - 15/07/24 por Lusa

Economia DBRS

"Na nossa opinião, é provável que a margem de tolerância das entidades reguladoras europeias em relação aos bancos que abordam os riscos relacionados com o clima continue a diminuir", refere a DBRS Morningstar numa nota hoje divulgada.

 

No documento, os analistas da agência de notação financeira apontam que o Banco Central Europeu (BCE) "já manifestou a sua intenção de intensificar as suas decisões de supervisão sobre os bancos com deficiências persistentes na gestão do risco".

Nesse sentido, a agência destaca a aplicação de uma sanção pecuniária que se traduziria em coimas diárias de até 5% do volume de negócios diários das instituições financeiras até que estas deficiências fossem resolvidas.

Além destas sanções financeiras, a DBRS entende que o BCE tem "amplas munições regulamentares" caso os bancos incumpram repetidamente as responsabilidades relacionadas com o clima.

"As autoridades reguladoras poderiam alargar ainda mais a sua autoridade, exigindo maiores reservas de capital de risco ou impondo restrições à distribuição de dividendos", acrescenta a agência.

Ainda que estas medidas possam ser "improváveis de momento", a DBRS Morningstar antecipa que os sinais de que o BCE irá agravar as penalizações a bancos incumpridores marcam o início da demonstração "dos seus músculos reguladores".

Na nota, a DBRS refere que as autoridades reguladoras do setor bancário europeu incentivaram os bancos a desempenharem um papel fundamental na transição ecológica e que os custos físicos e de transição associados às alterações climáticas são "cada vez mais evidentes, com um grande impacto financeiro potencial no balanço dos bancos caso os riscos não sejam mitigados adequadamente ao longo do tempo".

A agência sublinhou que os efeitos físicos adversos das alterações climáticas "já não são teóricos", apontando para os efeitos das chuvas na Eslovénia e das inundações na região de Emília-Romanha (no norte de Itália), ao longo do último ano.

Segundo o BCE, muitos bancos estão ainda atrasados em termos de disponibilidade e qualidade das divulgações ESG (ambiental, social e governança).

Leia Também: Governo quer apostar no crescimento e na transição energética dos portos

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