"Por força da situação de insolvência em que se encontra e foi oportunamente comunicada ao mercado, não irá proceder ao reembolso da terceira série das obrigações convertíveis em ações da Inapa, com ISIN PTINACOM0001 e Código CVM INACOM", lê-se no comunicado da Inapa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Em 11 de julho, as ações da Inapa foram suspensas da negociação na bolsa de Lisboa devido a problemas com o reembolso destas obrigações emitidas pela empresa. As ações voltaram a negociar depois de a empresa ter comunicado que prorrogou em 10 dias úteis da data de reembolso desta terceira série das obrigações convertíveis em ações.
O prazo termina hoje e a empresa informou que não vai proceder ao seu reembolso.
Antes, o Conselho de Administração da Inapa disse estar a trabalhar para "no mais curto espaço de tempo possível" apresentar a empresa à insolvência, segundo um comunicado hoje publicado na CMVM.
"O Conselho de Administração está ciente das dificuldades e preocupações que esta situação causa aos nossos colaboradores, clientes, fornecedores e demais 'stakeholders', e continuará a trabalhar para no mais curto espaço de tempo possível apresentar a Inapa à insolvência".
No comunicado ao mercado, a gestão diz ter sensibilizado a Parpública para "a circunstância de que a insolvência súbita, mas absolutamente evitável [...] teria o efeito devastador numa empresa nacional com ações admitidas a negociação" e que é "um dos principais distribuidores de papel europeu".
Fundado em 1965, o grupo Inapa tem como principal acionista a empresa pública Parpública, com 44,89% do capital social, enquanto a empresa Nova Expressão tem 10,85% e o Novo Banco 6,55%. O restante capital está disperso.
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