Evolução do PIB no 2.º trimestre torna "inverosímil" crescimento em 2024

O crescimento do PIB no segundo trimestre ficou abaixo do esperado, o que torna "inverosímil um crescimento de 2% no conjunto de 2024", que é a estimativa do ministro das Finanças, alerta hoje o Fórum para a Competitividade.

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Lusa
01/08/2024 13:21 ‧ 01/08/2024 por Lusa

Economia

Fórum para Competitividade

"O resultado pior do que o esperado do 2.º trimestre, associado a um início fraco do 3.º trimestre, lança uma sombra sobre o resto do ano, tornando inverosímil um crescimento de 2,0% no conjunto de 2024", lê-se na Nota de Conjuntura do Fórum para a Competitividade.

 

A economia portuguesa cresceu 1,5% no segundo trimestre deste ano, em termos homólogos, e 0,1% face ao trimestre anterior, segundo a estimativa rápida divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Estes números ficaram abaixo das estimativas dos economistas consultados pela Lusa, que projetavam um crescimento homólogo entre 1,7% e 2,2% e um crescimento em cadeia de 0,3% a 0,8%.

Como destaca o Fórum para a Competitividade, "no 2.º trimestre, o PIB abrandou fortemente em cadeia, de 0,8% para 0,1%, de forma mais acentuada do que o esperado, sendo o aspeto mais saliente um crescimento nulo em cadeia das exportações de bens e serviços". Já em termos homólogos, registou-se uma estabilização.

"Ao contrário dos trimestres precedentes, em que o crescimento em cadeia tinha sido muito superior à média da UE, neste trimestre o crescimento de 0,1% foi claramente inferior aos 0,3% da UE e da zona euro", salienta.

Para os próximos trimestres, se o desempenho voltar a ser fraco e "se a economia continuar a crescer apenas 0,1%, como no 2.º trimestre, o crescimento anual será apenas de 1,5%, o cenário base do orçamento para 2024, que se pensava ultrapassado com os bons resultados que se registaram entretanto".

O ministro das Finanças tem apontado para um crescimento económico de 2% este ano, ainda que o cenário macroeconómico do Governo só seja conhecido com a proposta do Orçamento do Estado.

"Só um crescimento de 0,8% no 2.º semestre é que permitiria um crescimento anual de 2,0%, o que parece muito inverosímil", destaca o Fórum.

"Este resultado tem implicações orçamentais e políticas importantes", alerta, já que "se o PIB afinal cresce mais próximo dos 1,5% originais, a execução orçamental de 2024 fica mais complicada e a margem para as medidas adicionais desaparece", o que significa que "o exercício orçamental de 2025 ficará mais difícil, tornando mais complexas as negociações políticas para chegar a acordos parlamentares".

A entidade vai ainda assim aguardar por mais dados para rever as estimativas para o crescimento da economia.

O INE divulga a 30 de agosto os resultados detalhados das Contas Nacionais Trimestrais.

Leia Também: Dívida pública baixa 0,7% em junho para 278 mil milhões

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