O crescimento interrompeu dois meses consecutivos de taxas negativas, período em que o indicador acumulou perda de 1,8%. Em relação a junho de 2023, a produção da indústria brasileira avançou 3,2%.
"O avanço mais acentuado observado em junho de 2024 está relacionado não só com a base de comparação depreciada, explicada pelos dois meses consecutivos de queda na produção, mas também pela volta à produção de várias unidades produtivas que foram direta ou indiretamente afetadas pelas chuvas ocorridas no Rio Grande do Sul em maio de 2024", explicou André Macedo, gerente da sondagem do IBGE, em comunicado.
O setor industrial brasileiro cresceu 2,6% no acumulado do primeiro semestre de 2024. Em 12 meses, o crescimento foi de 1,5%, intensificando o ritmo face ao resultado de maio (1,3%).
O instituto responsável pelas estatísticas do Governo brasileiro também destacou que os resultados de junho levaram a indústria a ultrapassar o patamar pré-pandemia (2,8% acima de fevereiro de 2020), mas o setor ainda se encontra 14,3% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.
Os dados divulgados pelo IBGE indicaram que das 25 atividades investigadas pela sondagem, 16 avançaram em junho. As influências positivas mais significativas são de produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,0%), produtos químicos (6,5%), produtos alimentícios (2,7%) e indústrias extrativas (2,5%).
Também contribuiu para o resultado positivo o setor de produtos alimentícios (2,7%), que representa cerca de 15% da atividade industrial do Brasil, e registou alta na produção de produtos importantes, como açúcar, produtos derivados de soja, sumo de laranja e carnes de aves.
Outras contribuições relevantes sobre o total da produção da indústria brasileira vieram de metalurgia (5%), de veículos automotores, reboques e carroçarias (3,1%), de bebidas (3,5%), de máquinas e equipamentos (2,4%), de produtos do fumo (19,8%) e de celulose, papel e produtos de papel (1,6%).
Por outro lado, entre as nove atividades que apontaram redução na produção, outros equipamentos de transporte (-5,5%) exerceu o principal impacto em junho de 2024 e interrompeu dois meses consecutivos de taxas positivas, período em que acumulou uma subida de 4,8%.
Os resultados de junho permitem pensar na recuperação do setor após ter ficado praticamente estagnado no primeiro trimestre (-0,1%) e na possibilidade de a indústria brasileira voltar a impulsionar o crescimento da economia.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 4,8% em 2021, 3% em 2022 e 2,9% em 2023. A previsão do mercado financeiro é que a expansão da economia brasileira em 2024 fique em 2,1%. Já o Governo espera um crescimento de 2,5%.
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