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"Não foi possível" encontrar solução porque Parpública ignorou, diz Inapa

A Comissão Executiva da Inapa afirma que "nunca foi possível" chegar a uma solução de capitalização da empresa "por indisponibilidade" do maior acionista Parpública, com quem realizou "mais de 50 contactos" para recapitalizar e reestruturar o grupo.

"Não foi possível" encontrar solução porque Parpública ignorou, diz Inapa
Notícias ao Minuto

12:42 - 06/08/24 por Lusa

Economia Inapa

Na carta de despedida aos colaboradores, a que Lusa hoje acesso, a gestão recorda que a sua colaboração com o grupo "iniciou-se há vários anos, porém, foi a 05 de junho de 2023, num contexto adverso e desafiante, que se constituiu a Comissão Executiva que agora cessa funções".

 

Aceitando o desafio "com o objetivo de desenvolver o negócio e criar valor", a Comissão Executiva focou-se em iniciativas consideradas "essenciais para promover a competitividade e sustentabilidade do grupo, nomeadamente acelerando o plano de restruturação da Alemanha, dando continuidade à estratégia iniciada em 2017 em França, que produziu resultados extremamente positivos, sendo esta operação uma referência do setor em termos de rentabilidade", lê-se na missiva.

"Retomámos também os contactos tidos entre 2020 e 2023 junto do nosso principal acionista, a Parpública, com vista a encontrar soluções para recapitalizar e restruturar o grupo" e, "ao longo deste período, realizámos mais de 50 contactos com a Parpública, entre telefonemas, 'mails' e reuniões, procurando uma solução de longo prazo" que permitisse afirmar a Inapa como líder europeia na distribuição de papel sólido e rentável.

Mas, "infelizmente, apesar de termos contado sempre com o apoio dos principais credores -- que chegaram a aceitar uma redução de dívida muito significativa, na ordem dos 80%, numa solução conjunta com a Parpública -- nunca foi possível, por indisponibilidade do maior acionista, chegar a uma solução de capitalização da empresa, que teria permitido uma significativa melhoria do balanço da Inapa e da sua capacidade de se financiar junto de fornecedores e bancos", lamenta a Comissão Executiva da Inapa, na sua carta de despedida.

"Apesar da inexistência deste apoio, prosseguimos com a otimização da estrutura tendo em vista a adaptação do grupo à nova realidade (pós-covid), num contexto de queda do mercado de papel de cerca de 40% entre 2019 e 2023" e "concluímos as iniciativas anteriormente em curso e intensificámos o plano de restruturação da Alemanha, implementando medidas muito difíceis, mas necessárias, que implicaram a saída de centenas de pessoas na nossa operação alemã", adianta o órgão.

De acordo com a Comissão Executiva, estas medidas contribuíram "para a obtenção de uma performance operacional em 2023 superior à do período pré-covid e para prosseguir a redução da dívida financeira líquida, o que demonstra a capacidade de execução da estratégia aprovada pelos acionistas", sendo que "tal não teria sido possível sem o empenho e dedicação de todos os colaboradores", a quem o órgão agradece.

No início deste ano, "e por nossa iniciativa, fizemos uma revisão estratégica, com o objetivo de analisar as opções existentes e mapear potenciais caminhos para o desenvolvimento da Inapa, tendo identificado linhas de atuação e potenciais parceiros estratégicos" e os contactos "que desenvolvemos resultaram numa expressão de interesse por parte de uma empresa global de referência no nosso setor, com um calendário de trabalhos que resultaria na aquisição do grupo no segundo semestre", prossegue.

"Esta demonstração de interesse foi, tanto quanto sabemos, a única jamais apresentada para a aquisição do capital acionista do grupo, e logo por parte de um 'player' do setor de escala mundial, o que nos deixou muito entusiasmados e confiantes no valor da nossa operação e nas capacidades das equipas da Inapa", pelo que "estas evidências mostram que estávamos no rumo certo, de criação de valor, e muito perto de concretizar uma operação que garantiria o futuro da Inapa", refere a Comissão Executiva.

O grupo Inapa foi fundado em 1965 e tem como principal acionista a empresa pública Parpública, com 44,89%, enquanto a Nova Expressão tem 10,85% e o Novo Banco 6,55%. O restante capital está disperso.

[Notícia atualizada às 13h21]

Leia Também: Governo 'chumba' financiamento da Inapa e vai acompanhar insolvência

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