Segundo o coordenador do Sindicato da Indústria Geral, Alimentação, Construção Civil e Serviços (Siacsa), Heidi Ganeto, o pedido foi feito durante uma reunião na tarde desta sexta-feira com a Direção Geral do Trabalho (DGT) de Cabo Verde e representantes da empresa.
"Mandar 200 pessoas para o desemprego no imediato também não agrada o sindicato e acabamos por aceitar a proposta da Atunlo", frisou.
O sindicalista avançou que a empresa justificou o pedido com falta de condições em conseguir matéria-prima neste momento, mas promete retomar a produção em outubro.
As autoridades cabo-verdianas tinham aprovado em junho um pedido da empresa para prorrogar por mais dois meses o prolongamento da suspensão dos contratos dos cerca de 210 trabalhadores, que vão continuar a receber 50% dos seus salários.
"A empresa, neste sentido está a cumprir", afirmou Heidi Ganeto, indicando que alguns trabalhadores acabaram por deixar a empresa enquanto outros saíram do país.
O sindicalista disse que o objetivo é "proteger os postos de trabalho" desde que as atividades da Atunlo foram suspensas, em fevereiro.
A empresa tem um processo de falência voluntária a decorrer em Espanha, onde a firma já tinha começado a realizar despedimentos em janeiro.
A fábrica de processamento de pescado foi inaugurada em 2015, com 51% do capital nas mãos da Atunlo, 33% pertencentes à Frescomar (Ubago) e 16% à Frigrove, todas espanholas.
O objetivo era tornar a Atunlo num "operador de referência na Europa e norte de África" para produtos derivados de atum, com as fábricas de conservas entre os principais clientes do peixe ali processado.
Leia Também: Levada na Madeira onde jovem morreu não é "percurso recomendado"