"Este plano vai agora a Conselho de Ministros durante setembro, depois tem de ir para o parlamento, e o objetivo é entregar à Comissão Europeia no fim do ano", afirmou Maria da Graça Carvalho.
A governante falava numa intervenção na Escola de Quadros do CDS-PP, iniciativa organizada pela Juventude Popular, que decorre em Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro.
A nova proposta de revisão do Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC 2030) foi submetida em julho pelo Governo para consulta pública, cuja conclusão estava prevista para hoje.
Na altura, o Ministério do Ambiente e Energia referiu que o documento estabelece "metas mais ambiciosas" para a redução de emissões de gases com efeitos de estufa e para o aumento da quota de energias renováveis, traçando "uma trajetória clara para alcançar a neutralidade climática em 2045".
A meta nacional para a redução de emissões de gases com efeito de estufa é aumentada para 55% até 2030 e a quota de energias renováveis no consumo final bruto de energia sobe para os 51%. Para alcançar esta meta, o Governo propõe um reforço da exploração do potencial de energias renováveis, com foco nas tecnologias solar e eólica onshore/offshore, entre 2025 e 2030.
Estas metas foram referidas hoje pela ministra, que se mostrou convicta de que o país irá conseguir alcançá-las, uma vez que "há muito investimento privado nas renováveis" e "fila de espera de projetos para serem aprovados, fotovoltaicos principalmente".
Nesta sessão com jovens do CDS-PP, a ministra foi questionada sobre centrais de dessalinização, que disse serem um último recurso, depois de poupar água, reutilizá-la, evitar perdas, aumentar a capacidade de algumas barragens e ligá-las "para dar mais resiliência ao sistema" e, ainda, a construção de "pequenas retenções de água".
Maria da Graça Carvalho indicou que o Governo está "a fazer muita pressão" junto dos municípios "para que haja a reparação as fugas" de água.
No que toca a estruturas de retenção de água, a ministra indicou que já foram atribuídas "as licenças ambientais todas" para a construção num afluente do Guadiana, "para alimentar o Algarve", e que estão previstas também outras barragens no Pisão e em Fagilde.
"Em último caso, se tudo isto não chegar, temos que partir para a dessalinização. É o que acontece no Algarve, em que a escassez de água tornou-se permanente", referiu, afirmando que será a segunda estrutura do género em Portugal.
A ministra do Ambiente defendeu também que é necessária uma central de dessalinização no litoral alentejano, dizendo que poderá ficar localizada, por exemplo, em Sines ou em Odemira.
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