Esta segunda-feira, Mario Draghi (antigo primeiro-ministro italiano e ex-presidente do Banco Central Europeu) apresentou um relatório sobre a competitividade da Europa em que estimou em 800 mil milhões de euros as necessidades anuais de investimento adicional na União Europeia (UE), o equivalente a mais de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) comunitário, acima do Plano Marshall, e defendeu emissão regular de dívida comum (como aconteceu na covid-19).
Hoje, em comunicado, a CIP considerou que o 'relatório Draghi' "consubstancia uma mudança clara no pensamento europeu" ao voltar a "colocar a competitividade no centro de políticas promotoras de prosperidade, sustentabilidade, bem-estar, democracia e coesão social na Europa".
A CIP diz que a perda de competitividade europeia ao longo das últimas décadas tem criado um "preocupante 'gap' [fosso] face a outras grandes potências económicas mundiais", que atribui a fatores como pouco investimento em investigação e desenvolvimento, crescente dependência externa de matérias-primas, falta de competências digitais e morosidade na transição energética.
Para a CIP, uma nova estratégia para a competitividade europeia deve ser posta em prática e aí devem ser incluídos "incentivos orçamentais para desbloquear o investimento do setor privado".
A maior estrutura associativa empresarial portuguesa admite que esse investimento público terá impacto nas finanças públicas dos Estados-membros, mas considera também que "os ganhos de produtividade podem mitigar os custos orçamentais".
Leia Também: Draghi destaca necessidades anuais de investimento adicional na UE