A CNA lembrou que "o Ministério da Agricultura anunciou esta semana uma linha de crédito de 100 milhões de euros, com juros bonificados, destinada a 'pessoas coletivas, nomeadamente de natureza cooperativa, que se dediquem à transformação de uva para vinho'".
"A tutela já nos tem habituado ao anúncio de medidas a conta-gotas, mas o que mais salta à vista no elenco de medidas que foram vendo a luz do dia é o facto de nenhuma delas se destinar, diretamente, a apoiar os pequenos e médios produtores de uva que estão numa situação aflitiva" lamentou.
Segundo a CNA, os pequenos e médios viticultores "são forçados a deixar as uvas por vindimar, porque não têm quem as compre, e quando conseguem entregar uma ínfima parte da produção é a preços muito baixos", mas "para estes pequenos e médios produtores o Ministério da Agricultura não tem uma palavra", referiu.
A Confederação lembrou a "destilação de crise, destinada apenas a quem tem capacidade de destilação (não para produtores de uva), em que o Ministério se recusou a disponibilizar 30 milhões de euros do orçamento nacional", apontando "mais uma medida apenas para a transformação".
"Para salvar milhares de pequenas e médias explorações vitícolas são necessárias medidas extraordinárias de apoio direto aos pequenos e médios produtores que mitiguem, no imediato, a sua enorme perda de rendimentos", disse a CNA, avisando que estes apoios têm de chegar "o mais tardar, até final deste ano" e lembrando que deu conhecimento à tutela desta situação, há cerca de um mês, numa reunião com o ministro.
"Mas, até ao momento, nem medidas eficazes para os viticultores nem resposta ao pedido da CNA" lamentou, salientando que isso leva a entidade a "acreditar que o Ministério da Agricultura não quer receber a CNA porque não quer adotar medidas que aliviem a asfixia financeira e o risco de encerramento de atividade que paira hoje sobre milhares de pequenos e médios agricultores".
O Governo criou uma linha de crédito de 100 milhões de euros com juros bonificados destinada a produtores vinícolas, anunciou o Ministério da Agricultura e Pescas em comunicado, no domingo.
A medida destina-se a cooperativas e empresas que se dediquem à transformação de uva para vinho e os empréstimos são concedidos pelo prazo máximo de três anos.
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