Quase 40% de empresas de turismo sem apoios a trabalhadores imigrantes

Quase 40% das empresas do setor do turismo em Portugal não implementam medidas "formais" de apoio à integração de trabalhadores imigrantes, segundo as conclusões de um estudo do Observatório do Talento Migratório do Turismo da Porto Business School (PBS).

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Lusa
26/09/2024 06:25 ‧ 26/09/2024 por Lusa

Economia

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Num comunicado, em que deu conta das conclusões do trabalho, a PBS salientou a "necessidade de maior transparência e estruturação nos programas de apoio à integração de trabalhadores migrantes no setor do turismo em Portugal".

 

O estudo revela que "38,5% das empresas do setor não implementam medidas formais de apoio à integração de migrantes, como programas de acolhimento e orientação, embora 21,6% ofereçam algum suporte, como orientação e acolhimento, e 8,9% promovam apoio linguístico e formação".

Por isso, o Observatório Talento Migratório do Turismo da PBS conclui que existe a "necessidade de melhorar a sensibilização para a diversidade e desenvolver programas de inclusão da força de trabalho migrante, incluindo formação linguística, qualificação profissional, bem como apoio administrativo".

A entidade destacou "a regularização da residência, autorizações de trabalho, Segurança Social e seguro de saúde, ou o suporte na obtenção de alojamento digno", bem como "o apoio à integração das famílias dos migrantes, com acesso a serviços de educação e saúde".

O estudo concluiu ainda que "21,7% das organizações a operar no setor do turismo não identificam desafios de elevada dimensão ou não estão cientes das dificuldades associadas à integração dos migrantes, o que sugere uma perceção e gestão empresarial de menor complexidade".

No entanto, realçou, 25,5% das organizações "destacam o recrutamento e retenção de talentos multiculturais como o maior desafio, seguido da adequação de qualificações (20,3%) e questões legais e regulatórias (9,4%)".

No que diz respeito ao nível salarial, a perceção geral é de "equidade salarial entre migrantes e trabalhadores portugueses em funções similares, com a maioria dos respondentes (81,9%) a acreditar que ambos os grupos auferem o mesmo rendimento", mas, lê-se na mesma nota, que "21% dos respondentes admitem desconhecer as políticas de compensação, o que sugere uma alegada falta de transparência remuneratória em algumas organizações".

Segundo a diretora do Tourism Futures Centre da Porto Business School, Rita Marques, o Observatório do Talento Migratório do Turismo mostra que "há muito espaço para dinamizar programas estruturados de apoio aos migrantes que incluam, não só componentes formativas, mas, também, componentes associadas à integração social e familiar dos migrantes, ou alojamento e condições de vida".

"Sem os migrantes, verificar-se-ia uma implosão de alguns setores da nossa economia, em particular no turismo. O setor tem de cuidar, não só dos turistas, mas da sua força de trabalho: 16% dos trabalhadores do turismo são estrangeiros, mas perto de 40% das organizações no setor do turismo não têm implementado quaisquer medidas formais de apoio à integração destes trabalhadores", sublinhou.

O Observatório do Talento Migratório do Turismo é uma iniciativa do Tourism Future Centre da PBS e abrangeu a auscultação de 532 profissionais do setor do turismo, em particular quanto às dinâmicas migratórias e a integração de trabalhadores estrangeiros nas organizações que operam no setor do turismo.

Leia Também: Aberto concurso a advogados para processos pendentes de imigrantes

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