Intensidade carbónica da economia nacional no valor mais baixo desde 1995

A intensidade carbónica da economia portuguesa atingiu em 2022 o valor mais baixo desde 1995, com 82,1% das emissões de gases com efeito de estufa concentradas em cinco ramos de atividade, revelou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

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Lusa
15/10/2024 13:07 ‧ 15/10/2024 por Lusa

Economia

INE

Em 2022, os grupos de atividade com maiores emissões de CO2 foram a indústria, os transportes, informação e comunicação e a energia, água e saneamento, totalizando 67,3% das emissões.

 

As famílias foram responsáveis por 18,4% das emissões de CO2.

O Potencial de Aquecimento Global (GWP) cresceu 3,7% em relação ao ano anterior, num contexto de "forte crescimento económico", em que o Valor Acrescentado Bruto (VAB) aumentou 6,9% em volume, destacou o INE.

O Potencial de Acidificação e o Potencial de Formação de Ozono Troposférico também aumentaram, 4,9% e 4,2%, respetivamente.

Porém, a conjugação entre a variação positiva das emissões de GWP (+3,7%) e a variação positiva de maior intensidade do Produto Interno Bruto (PIB) (+7,0%) levaram a uma redução da intensidade carbónica na economia nacional de 2,9%, "o resultado mais baixo desde 1995".

"Após o período de pandemia, que tinha levado a uma redução generalizada nas emissões devido à diminuição da atividade económica e das restrições de mobilidade, o ano de 2022 marcou um regresso a níveis de atividade mais intensos, aliado a uma crise energética global", referiu o INE ao divulgar as Conta das Emissões Atmosféricas.

A alteração da tendência de redução das emissões dos gases com efeito de estufa verificada em 2022, e já observada desde 2017, foi, segundo o Instituto, influenciada por fatores como a recuperação económica, com a retoma da atividade e do consumo de combustíveis fósseis, a crise energética global e a substituição do gás natural por combustíveis líquidos mais poluentes.

Também a seca severa, que limitou a produção hídrica e obrigou ao recurso a fontes fósseis, e o aumento da dependência de combustíveis fósseis em setores como o turismo e o comércio internacional contribuíram para a inversão da tendência de redução de emissões.

O metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O), que representaram, respetivamente, 16,9% e 5,7% do GWP, têm origem principalmente na agricultura e no saneamento.

Já os gases fluorados, essencialmente associados aos sistemas de climatização e na refrigeração industrial e comercial, contribuíram com 3,2% para o total do GWP.

À semelhança do ano anterior, a indústria foi o setor que mais contribuiu para o GWP (23,3%), contrariando a tendência que se verificava desde 1998, em que predominava a energia, água e saneamento.

Para os aumentos das emissões em alguns ramos, principalmente no dos transportes, informação e comunicação (+28,0%), comércio e reparação de veículos e no alojamento e restauração (+7,7%), nas outras atividades de serviços (+7,1%) e nas atividades financeiras, de seguros e imobiliárias (+6.7%), "não será alheia a continuação da recuperação económica pós contexto da pandemia covid-19 verificada em 2022", observou o INE.

Leia Também: Volume de novos créditos ao consumo sobe 6,7% em agosto para 694 milhões

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