Numa carta dirigida na segunda-feira aos funcionários da CP -- Comboios de Portugal, e a que a agência Lusa teve hoje acesso, Miguel Pinto Luz descreve o Passe Ferroviário Verde como "uma medida revolucionária" que, apesar dos "riscos" que implica -- e dos quais está "consciente" -, acredita que será "um verdadeiro sucesso".
"Esta é uma medida revolucionária, com riscos dos quais estou consciente, mas que sei, juntos, iremos tornar um verdadeiro sucesso", sustenta o governante.
"Trazer mais pessoas para o comboio é um objetivo que nos une. Encurtar distâncias e tornar a mobilidade acessível a todos é o desígnio da CP há já 168 anos", acrescenta.
Na carta, endereçada ao presidente da CP, Pedro Moreira, mas dirigida a todos os funcionários da transportadora ferroviária, Pinto Luz garante acreditar na empresa e nos respetivos trabalhadores, assim como no "papel principal" que terão "no Portugal de amanhã".
"Será com a CP que alta velocidade entrará em Portugal, que se criarão novas centralidades, novos polos de desenvolvimento e um país mais coeso, mais próspero e mais sustentável", remata.
Lançado na segunda-feira, o Passe Ferroviário Verde veio substituir o ferroviário nacional e permite viagens em comboios regionais, interregionais (2.ª classe), urbanos de Lisboa e Porto (fora das áreas cobertas pelos passes intermodais metropolitanos), urbanos de Coimbra e intercidades (2.ª classe, com reserva de lugar obrigatória e antecipada).
O passe tem o valor de 20 euros para 30 dias consecutivos de utilização, mas pode também ser adquirido para 60 e 90 dias, por 40 e 60 euros, respetivamente, e é carregado no Cartão CP que, segundo o 'site' da transportadora, tem um custo de seis euros (três euros para estudantes).
A CP vai ser compensada em 18,9 milhões de euros anuais, via contrato de serviço público com o Estado, pela perda de receita que vai ter com a entrada em vigor do Passe Ferroviário Verde.
Segundo o Governo, estima-se que este novo passe abranja 29,9 milhões de passageiros.
Em 08 de outubro, a Comissão de Trabalhadores da CP considerou que a compensação prevista pelo novo passe é insuficiente, uma afirmação que levou a "surpresa e repúdio" por parte do presidente da CP, que garantiu que esse valor foi calculado com rigor pela empresa.
Na mesma linha, na segunda-feira, o ministro das Infraestruturas disse que a medida foi lançada em coordenação com a CP e com cálculos de procura, considerando que o aumento desta será acomodável e garantindo que a empresa "será ressarcida até ao último cêntimo do que hipoteticamente poderá vir a perder".
"Até pode ganhar se aumentarmos a base de pagantes, até podemos reequilibrar as contas", assegurou.
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