As trocas comerciais baseiam-se cada vez mais em alianças geopolíticas, afetando determinados setores como a energia e as tecnologias avançadas.
Neste contexto, o BCE estima que esta fragmentação "poderá reduzir o PIB [Produto Interno Bruto] global (até) 9%, dependendo da gravidade das barreiras comerciais", declarou Lagarde numa intervenção na reunião de outono do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington.
A queda seria de cerca de 6% num cenário em que as novas barreiras comerciais afetassem apenas produtos estratégicos, mas poderia atingir os 9% num cenário mais grave, indicou.
Este discurso surge a menos de duas semanas das eleições presidenciais norte-americanas que podem ditar o regresso do republicano Donald Trump à Casa Branca, tendo este prometido aumentar as tarifas alfandegárias caso seja eleito.
Os entraves ao comércio internacional podem também "aumentar a inflação mundial, não só devido ao aumento dos custos de produção, mas também porque as oportunidades de diversificação diminuem", acrescentou Lagarde.
"A cooperação entre países continua a ser essencial para proteger os avanços em matéria de crescimento e de redução da pobreza e a paz mundial permanece como a base indispensável para a prosperidade económica", afirmou.
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