Num estudo publicado hoje, que abrange o período de outubro de 2023 a outubro de 2024, refere-se que o "custo dos danos físicos e das perdas económicas devido ao conflito no Líbano está estimado em 8,5 mil milhões de dólares" (oito mil milhões de euros).
Denominado Avaliação Intercalar dos Danos e das Perdas no Líbano (DaLA), o texto contabilizou que os danos causados em estruturas físicas ascenderam a 3,4 mil milhões de dólares e que as perdas económicas atingiram 5,1 mil milhões de dólares.
Os setores mais afetados foram o comércio, o turismo e a hotelaria, segundo a organização Mundial, que estima ainda que o conflito tenha reduzido o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) do Líbano em, pelo menos, 6,6% em 2024.
Em termos de habitação, quase 100 mil casas foram parcial ou totalmente danificadas, o que corresponde a 3,2 mil milhões de dólares em danos e perdas.
As consequências no comércio ascendem a cerca de 2 mil milhões de dólares, justificadas pela deslocação de trabalhadores e proprietários de empresas, enquanto na agricultura o registo de perdas ronda os 1,2 mil milhões de dólares.
Sobre impactos na população, o relatório nota haver mais de 875 mil deslocados internamente no Líbano, sendo as mulheres, as crianças, os idosos, as pessoas com deficiência e os refugiados os que correm maior risco.
"Estima-se que 166 mil pessoas tenham perdido o emprego, o que corresponde a uma perda de 168 milhões de dólares em rendimentos", segundo a informação publicada hoje.
O Banco Mundial anunciou que se a "situação o permitir" será concluída uma avaliação rápida e exaustiva dos danos e das necessidades do Líbano, avançando que face à atual crise no país está já a "ativar planos de resposta de emergência para redirecionar os recursos existentes para apoiar as necessidades urgentes das pessoas no Líbano".
Israel desencadeou uma nova invasão do Líbano a 01 de outubro, após semanas de pesados bombardeamentos e ataques contra o país, incluindo a explosão coordenada de milhares de aparelhos de comunicação utilizados pelo grupo libanês, na sequência de mais de 11 meses de combates com o movimento xiita libanês Hezbollah na zona fronteiriça.
O Líbano registou quase 3.300 mortos desde o início das hostilidades, em 8 de outubro de 2023.
O recrudescimento das hostilidades faz parte dos combates que tiveram início há mais de um ano, depois de o Hezbollah ter atacado o território israelita na sequência dos ataques de 7 de outubro do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e de outras fações palestinianas, o que levou Israel a desencadear uma ofensiva contra a Faixa de Gaza, onde mais de 43.700 pessoas foram mortas.
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