Bruxelas mantém crescimento de Portugal em 1,7% este ano e 1,9% em 2025

Nas previsões económicas de outono, publicadas hoje, Bruxelas prevê um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,7% em 2024, 1,9% em 2025 e 2,1% em 2026.

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Lusa
15/11/2024 09:42 ‧ 15/11/2024 por Lusa

Economia

UE/Previsões

Nas previsões económicas de outono, publicadas hoje, Bruxelas prevê um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,7% em 2024, bastante abaixo dos 2,5% de 2023, recuperando depois o ritmo para 1,9% em 2025 e 2,1% em 2026, "apoiado principalmente pela procura interna".

 

As previsões da Comissão Europeia (CE) comparam com as inscritas pelo Governo no Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), que apontam para um crescimento de 1,8% este ano e de 2,1% em 2025, e põem a economia portuguesa a crescer acima da média da zona euro, para a qual é esperada uma expansão do PIB de 0,8% este ano e de 1,3% em 2025.

"O crescimento económico em Portugal deverá aumentar gradualmente ao longo do horizonte das previsões, apoiado pelo consumo privado e pelo investimento", refere o relatório de Bruxelas, segundo o qual "o crescimento abranda em 2024, mas deverá voltar a aumentar em 2025 e 2026".

A Comissão Europeia dá nota de que a economia portuguesa "abrandou no primeiro semestre de 2024, no contexto de uma procura externa moderada e de um fraco sentimento empresarial".

Adicionalmente, também o fim do ciclo de utilização dos fundos de coesão da União Europeia (UE) para 2014-2020, que permitiu despesas até ao final de 2023, resultou numa "desaceleração substancial do crescimento do investimento no início do ano".

A CE salienta, contudo, que o consumo privado acelerou no segundo trimestre de 2024, devido a um forte aumento da remuneração total dos trabalhadores, e que, no setor externo, as exportações e as importações aumentaram a taxas semelhantes.

Entre os principais setores de atividade, os serviços e, em particular, o turismo continuaram a apoiar a economia, apesar de alguma moderação, enquanto, pelo contrário, a indústria transformadora "enfrentou dificuldades significativas", principalmente devido à fraca procura externa de bens, enquanto a construção se manteve praticamente estável.

Bruxelas refere ainda que, no terceiro trimestre deste ano, o sentimento económico melhorou, impulsionado principalmente pelo setor dos serviços, mas também por expectativas menos negativas na indústria, sendo que, segundo a estimativa provisória do Eurostat, o PIB aumentou 0,2% (em termos trimestrais), mantendo o mesmo ritmo do trimestre anterior.

As previsões da CE apontam para que o consumo privado continue a beneficiar do crescimento dos salários reais, enquanto a projetada aceleração da implementação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) deverá impulsionar os investimentos.

Ao mesmo tempo, a recente moderação das taxas de juro deverá igualmente apoiar tanto o consumo privado, como os investimentos.

No setor externo, Bruxelas prevê que o turismo estrangeiro "deverá continuar a ser um importante fator de crescimento, embora menos do que nos últimos anos".

Por sua vez, a recuperação prevista da procura de bens de investimento deverá levar as importações a crescerem mais rapidamente do que as exportações, pelo que o excedente da balança corrente deverá diminuir em 2025 e 2026, após um pico em 2024.

A Comissão Europeia dá ainda conta da redução do desemprego em Portugal para 6,4% no terceiro trimestre deste ano, face à média anual de 6,5% em 2023, num contexto de moderação do crescimento do emprego, que abrandou gradualmente para 1,3% em termos homólogos.

"A população em idade ativa continuou a beneficiar de fluxos migratórios líquidos positivos, enquanto a taxa de emprego do país se manteve num nível recorde", refere.

Bruxelas prevê que o crescimento do emprego continue moderado, mas permita, ainda assim, uma diminuição marginal da taxa de desemprego, de 6,4% em 2024 para 6,3% em 2025 e 6,2% em 2026.

"Embora as taxas de oferta de emprego tenham permanecido baixas, alguns setores, incluindo a indústria transformadora e a construção, reportaram dificuldades de contratação e escassez de competências", o que "deverá manter elevadas as pressões salariais", remata.

Leia Também: Bruxelas mantém PIB do euro a crescer 0,8% este an

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