De acordo com o organismo norte-americano equivalente ao Instituto Nacional de Estatística, nos últimos cinco anos o saldo das trocas comerciais foi sempre favorável a Angola, e este ano continua.
O petróleo influencia decisivamente a evolução da balança comercial, que atingiu o valor mais desequilibrado em 2022, quando as exportações angolanas superaram as importações dos EUA em quase 950 milhões de dólares (cerca de 902 milhões de euros, à cotação atual).
"Angola é, na África subsaariana, o terceiro maior mercado de exportações para os EUA", lê-se numa análise da Casa Branca às relações entre os dois países, na qual aponta que "as exportações norte-americanas para Angola incluem máquinas, aviões, aves e produtos de ferro e aço", enquanto as compras dos Estados Unidos da América (EUA) a Angola são essencialmente compostas de crude.
Os investimentos dos EUA em Angola recaem em vários setores, desde a aviação até aos transportes, mas é o projeto do Corredor do Lobito que ficará com a maior parte dos investimentos previstos para os próximos anos, e que por isso estará no centro da agenda da visita do Presidente cessante dos Estados Unidos, Joe Biden, de 02 a 04 de dezembro a Luanda.
Os EUA encaram o projeto, que liga por via férrea o porto do Lobito, em Angola, à Zâmbia e República democrática do Congo (RDCongo), como essencial para "ligar comunidades e criar novas oportunidades em toda a África Austral", incluindo a "construção de modernas infraestruturas desde o Oceano Atlântico até à Zâmbia".
Além dos investimentos nestes setores, os EUA têm previsto disponibilizar um milhão de dólares (cerca de 949 mil euros) para o Ministério dos Transportes angolano desenvolver a unidade de parcerias público-privadas, que serão o modelo de contratação preferido para os investimentos em estruturas ferroviárias e portuárias, e de cinco milhões de dólares (4,7 milhões de euros) para ações de promoção do emprego feminino.
Outros investimentos norte-americanos em Angola incluem ainda o setor energético, nomeadamente a construção de centrais solares fotovoltaicas, uma no valor de 907 milhões de dólares (861 milhões de euros), e um empréstimo ao governo de 1,6 mil milhões de dólares, um pouco mais de 1,5 mil milhões de euros, do Banco de Exportações e Importações dos Estados Unidos, também para a área das energias renováveis.
Para os EUA, Angola é um "parceiro estratégico" e "um líder regional", e isso revela-se também no fortalecimento da relação entre os dois países nos últimos anos, com várias acordos e memorandos, para além de visitas de membros do governo, que culminam agora com a de Joe Biden, a primeira de um chefe de Estado norte-americano àquele país.
Os EUA são também um importante parceiro a nível técnico, fornecendo formação ao Instituto Geológico de Angola no âmbito dos minerais críticos para a transição energética, e também na área da digitalização, na qual os norte-americanos estão a ajudar a sustentar "redes de telecomunicações fiáveis, através de empresas de confiança, que vão beneficiar o povo de Angola e melhorar a conectividade digital à economia global".
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