Marcelo Rebelo de Sousa falava durante um encontro na Associação Portuguesa de Amesterdão, o primeiro ponto do seu programa. A sua visita de Estado terá início oficialmente na terça-feira de manhã, com a cerimónia de boas-vindas pelos reis Willem-Alexander e Máxima no Palácio Real de Amesterdão.
"Eu vou explicar-lhes como é a visita, para perceberem a importância da visita", anunciou, acompanhado pelo ministro da Economia, Pedro Reis, e por deputados de PSD, PS, Chega, IL e CDS-PP, perante uma sala cheia de portugueses e lusodescendentes.
"O tema da minha visita, e da visita da comitiva é o mar, o oceano e a economia azul", declarou, em seguida.
O chefe de Estado referiu que tanto Portugal como os Países Baixos têm "ligações de toda a natureza relacionadas com o mar, com a investigação científica do mar, com a proteção dos oceanos, com as relações entre portos, Roterdão e Sines, com a atividade das empresas, com o transporte marítimo", que querem aprofundar.
Depois, destacou o caráter "operacional" do encontro que terá com o primeiro-ministro neerlandês, Dick Schoof, na quarta-feira, em que haverá "painéis, durante o almoço, com temas obrigatórios", como "estaleiros, construção naval, reparação naval, transporte marítimo, comércio, investigação".
"São quatro ou cinco painéis. Acabam os painéis, acabou o almoço. Nunca vi", exclamou.
Marcelo Rebelo de Sousa realçou, por outro lado, que os reis Willem-Alexander e Máxima "assistem a praticamente todos os pontos, participam em quase todos os pontos" da visita, "programaram em pormenor e participam".
"Temos a ideia de aprofundar as relações também entre universidades, academias, institutos de investigação. Portugal é muito forte em energia, energias renováveis. É outro dos temas que vamos discutir, que interessam aos Países Baixos, todas as renováveis", adiantou.
Segundo o Presidente da República, "o hidrogénio verde" vai estar "em cima da mesa", mas também "o solar, o eólico, o eólico 'onshore' e 'offshore', biomassa -- tudo o que representa alternativas energéticas do futuro".
"Portanto, estão a ver, nestes domínios, mas também na tecnologia de ponta, no digital, em que nós somos bons, é uma ideia virada para o futuro", concluiu.
"É uma visita de Estado de futuro, é disso que eles querem falar, porque é isso que faz da economia neerlandesa uma das mais vigorosas e poderosas do mundo", reforçou.
O chefe de Estado ressalvou que esta visita tem também importância geopolítica, sendo Portugal e Países Baixos "aliados" com "posições muito comuns" na União Europeia, na NATO, e também na ONU, "sempre trocando apoios, agora, para o Conselho de Segurança das Nações Unidas [a que Portugal é candidato] em 2027-28".
No seu entender, os dois países devem discutir "o alargamento da União Europeia" e "a posição da NATO em relação ao Leste da Europa" e também "o relacionamento com os Estados Unidos da América".
No plano económico, Marcelo Rebelo de Sousa salientou os Países Baixos foram em 2023 o sétimo cliente das exportações portuguesas e o quarto fornecedor de importações, e considerou que esse peso pode ainda aumentar.
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