"A Fitch espera que a evolução dos países com dívida soberana na África subsaariana seja neutra em 2025, refletindo uma perspetiva macroeconómica mais robusta e uma modesta consolidação orçamental, com condições de financiamento ainda desafiantes e riscos políticos e de insegurança", escrevem os analistas numa nota a que a Lusa teve hoje acesso.
Num comentário à previsível evolução dos 'ratings' (risco de financiamento) da região em 2025, enviado aos investidores, a Fitch Ratings prevê um crescimento médio de 4,6%, que compara com os 3,9% que deverão registar-se este ano, acima da média de 3,6% da última década.
"Prevemos que a taxa de crescimento melhore, alicerçada nas reformas em curso e na recuperação das secas" que afetam vários países, entre os quais Angola e Moçambique, lê-se no relatório.
Estas reformas que favorecem o crescimento deverão reduzir o rácio da dívida face ao PIB, com as taxas de juro mais baixas a reduzirem os custos de financiamento interno.
No entanto, acrescentam, "os custos de financiamento, em média, vão subir ainda mais, e o rácio sobre as receitas será desconfortavelmente alto para muitos países na região".
A análise da Fitch não apresenta valores desagregados por país de forma sistemática, mas ainda assim prevê que a inflação fique em torno dos 30% em Angola em 2025, ano em que as necessidades de financiamento deste país lusófono representarão metade das reservas em moeda estrangeira.
A Fitch Ratings atribui opiniões de crédito na África subsaariana a Angola, Cabo Verde e Moçambique, estando os dois primeiros na categoria B e o último na categoria C, todos abaixo da recomendação de investimento.
No total dos 21 países, só os Camarões têm um 'outlook' negativo (previsão de descida do 'rating' nos próximos 12 a 18 meses), enquanto 12 deverão manter-se no mesmo nível, e Nigéria e as Ilhas Seicheles são os únicos dois que deverão melhorar o rating no próximo ano.
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