Numa resolução do secretariado nacional da estrutura sindical, depois de uma reunião hoje, a UGT avisa ainda que "os acordos são para cumprir" e considera fundamental "manter a centralidade dos salários" no próximo ano "como um ponto essencial para o país do ponto de vista de sustentabilidade e progresso económico e social".
O Governo estima que a inflação abrande para 2,1% em 2025. De notar que no Orçamento de Estado para 2025, estão previstos benefícios fiscais para as empresas que subam os salários em linha com o referencial de 4,7% previsto no acordo de valorização salarial e crescimento económico para 2025-2028 assinado entre Governo, as confederações empresariais e a UGT.
Por outro lado, a central sindical aponta ainda como prioritário "discutir, de forma mais abrangente" o modelo de desenvolvimento do país, que "exigirá uma abordagem mais transversal em sede de concertação social".
Reitera que é "precoce" voltar a discutir a legislação laboral, dadas recentes alterações operadas pela Agenda do Trabalho Digno e que não tiveram ainda oportunidade de fazer caminho", mas assegura que vai exigir uma "reversão de medidas que se se arrastam desde os tempos da 'troika'", bem como propostas que permitam "um reforço das condições de trabalho e o combate à precariedade, da capacidade de intervenção dos sindicatos na defesa dos direitos laborais e de impulso à negociação coletiva".
"Mas a concertação social, para ser verdadeiramente estratégica, terá de revelar vontade e capacidade para abordar dossiês como o sistema fiscal e os seus equilíbrios, a execução do PRR, o Semestre Europeu, a Habitação, a proteção dos novos trabalhadores, o Desemprego Jovem ou as Migrações", realça.
Na resolução, o secretariado nacional da UGT faz ainda um balanço de 2024, notando que "apesar dos sinais de incerteza" foi um ano marcado pelo crescimento económico, em que foi alcançado um excedente orçamental, "ainda que inferior ao de 2023", e que foi mantida a "trajetória de redução da dívida publica iniciada em 2021".
"Apesar das fragilidades do nosso mercado de trabalho, da precariedade elevada ao insustentável patamar em que situa o desemprego jovem, 2024 foi um ano bom para a economia e um ano em que a manutenção de um elevado nível de emprego e de baixo desemprego continuaram a ser a tónica", remata.
Por fim, a UGT congratula-se com os acordos de rendimentos alcançados, que contribuíram "para a recuperação de poder de compra dos trabalhadores, reformados e pensionistas", e destaca que 2024 "é um ano que deixa claro que vale a pena lutar".
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