Num comunicado conjunto, a US Steel manifestou hoje satisfação com a decisão do Comité de Investimentos Estrangeiros nos Estados Unidos (CFIUS, na sigla em inglês), uma agência federal presidida pelo Departamento do Tesouro.
O comunicado disse que a extensão condedida pelo CFIUS dá às empresas mais quase cinco meses do que o período inicialmente imposto pelas autoridades norte-americanas.
As duas empresas "estão ansiosas por concluir a transação" e acreditam que a fusão "garantiria o melhor futuro para a indústria siderúrgica" dos Estados Unidos, disse a US Steel.
Em 06 de janeiro, a Nippon Steel e a US Steel anunciaram uma ação na justiça contra a administração de Joe Biden por "ingerência ilegal" no projeto de aquisição da siderurgia norte-americana pelo grupo nipónico.
Num comunicado conjunto, os dois grupos indicaram que interpuseram recurso num tribunal dos Estados Unidos para contestar o processo de revisão da compra da US Steel pelos japoneses da Nippon Steel, considerando que o presidente norte-americano usou a sua influência de forma indevida para fins políticos.
Em 03 de janeiro, Biden anunciou a decisão de bloquear a operação por motivos de segurança nacional e para garantir que "os Estados Unidos têm uma indústria nacional de aço forte".
"Esta aquisição colocaria um dos grandes produtores de aço norte-americanos sob controlo estrangeiro e teria criado riscos para a nossa segurança nacional e para as nossas cadeias de abastecimento essenciais", afirmou Biden, em comunicado.
A decisão foi anunciada depois de em dezembro o CFIUS ter remetido a questão para Biden.
O sindicato dos metalúrgicos norte-americanos tinha manifestado a sua firme oposição à fusão, uma operação avaliada em quase 15 mil milhões de dólares (14,6 mil milhões de euros), enquanto a Nippon Steel a considerava uma tábua de salvação para um setor industrial em dificuldades.
Em 04 de dezembro, o ministro da Economia, Comércio e Indústria japonês, Yoji Muto, considerou incompreensível a decisão de Joe Biden.
"É incompreensível e lamentável que o Governo de Biden tenha tomado uma decisão deste tipo, invocando preocupações de segurança nacional", declarou Yoji Muto, num comunicado.
Também o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba pediu a Washington que explicasse os riscos para a "segurança nacional" que levaram Biden a rejeitar a operação, de forma a "dissipar as preocupações" dos industriais japoneses.
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