"Temos de olhar para as realidades de hoje, mas também para o que está para vir", disse o diretor executivo da AIE, Fatih Birol, num painel do Fórum de Davos que discutiu, em particular, as novas orientações energéticas de Donald Trump, que anunciou a sua retirada do Acordo de Paris sobre as alterações climáticas e um aumento da produção de petróleo nos Estados Unidos.
O responsável da AIE, que reúne a maioria dos países desenvolvidos, incluindo os Estados Unidos, afirmou que, embora existam atualmente muitas "incertezas económicas e políticas", há também "um certo número de certezas" a ter em conta, como a realidade das alterações climáticas e os desafios da segurança energética no presente e no futuro.
E insistiu que a chave para a segurança energética é a "diversificação" com diferentes tecnologias, com exportações e importações e com o fornecimento de diferentes fontes, e recordou a situação delicada que a Europa viveu durante a crise de 2022-2023 devido à sua forte dependência do gás russo.
O eurodeputado explicou que as energias renováveis contribuem para a diversificação, que a sua eficiência também é ajudada pelo armazenamento de energia e que, no ano passado, o preço das baterias baixou 20%.
A energia solar é atualmente a forma mais barata de produzir eletricidade em quase todo o mundo e, em particular, em África. No entanto, mesmo com as condições naturais existentes, a energia solar produzida no ano passado neste continente foi inferior à produzida nos Países Baixos, o que é "muito injusto do ponto de vista humanitário".
Birol sublinhou que a transição energética está a ajudar a tornar os sistemas energéticos "mais seguros e previsíveis", conduzindo a preços mais baixos e a uma redução das dependências.
"A transição energética não se limita a reduzir as emissões, traz prosperidade às pessoas e reduz as dependências", reiterou, afirmando que a transição energética e a segurança energética têm de andar de mãos dadas.
Birol também fez questão de salientar que a transição energética "significa coisas diferentes em diferentes partes do mundo" e que "cada país tem de ser diferente", mas, paralelamente, alertou para o facto de a transição energética "ter de ser diferente em diferentes partes do mundo".
O responsável da AIE sublinhou ainda que a transição energética "significa coisas diferentes em diferentes partes do mundo" e que "cada país tem de ser diferente", mas ao mesmo tempo alertou que quem não encarar este fenómeno como real está a perder em termos económicos e não está a preparar a economia para o futuro.
"Não devemos ser dogmáticos, devemos ser pragmáticos", afirmou, depois de referir o "erro histórico" que a Alemanha cometeu ao encerrar precocemente as suas centrais nucleares sem ter uma alternativa para substituir a eletricidade que geravam: "Isso não contribuiu para uma transição saudável".
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