"O que temos previsto é concentrar, neste momento, a nossa operação via Açores, quer seja cá [São Miguel], quer seja na Terceira, e não fazer voos que estávamos a fazer no verão passado que não serviam a região, nomeadamente do Funchal e do Porto para a costa leste dos Estados Unidos", afirmou Rui Coutinho, durante o terceiro Encontro de Alojamento Local dos Açores, no Teatro Micaelense, em Ponta Delgada.
O presidente da SATA adiantou que a Azores Airlines (companhia do grupo responsável pelas ligações entre os Açores e o exterior) não vai voar para novos destinos na época alta, mas vai aumentar uma frequência para Milão (Itália) e Frankfurt (Alemanha).
"Queremos concentrar. Achamos que é altura de consolidar a operação. Vamos oferecer mais uma frequência [para Milão e Frankfurt]. Em termos de novos destinos, não existirão, por causa dessa consolidação. Ainda temos margem e capacidade para ocupar nas nossas aeronaves", reforçou.
Rui Coutinho defendeu a necessidade de "robustecer" as ligações entre as ilhas açorianas durante a época alta com mais um avião a operar, reconhecendo que a operação de 2024 da SATA Air Açores "não foi a melhor".
"Estamos a estudar a melhor modalidade para trazer esse avião Dash Q400. A ver se trazemos em regime de ACMI [aluguer] - que não é mau, o problema é que no ACMI temos de dispensar a renda logo toda de uma vez - ou então se fazemos um leasing financeiro de uma aeronave que fica propriedade nossa e a renda é muito mais suave", sublinhou.
O responsável pelo grupo de aviação lembrou que o mercado nacional continua a ser o de maior peso nos Açores e assinalou que a situação no aeroporto de Lisboa pode obrigar as transportadoras a "fazer um desvio mais a norte para o Porto".
"Estamos quase impedidos de crescer neste aeroporto de Lisboa. Não há 'slots' [horários para operar]. Queríamos crescer no Pico e Faial para Lisboa, temos pedido 'slots' e não conseguimos. Gostávamos de adicionar mais uma frequência de Ponta Delgada para Lisboa e não conseguimos 'slots'", disse o responsável.
Rui Coutinho considerou uma "utopia" a "quebra completa da sazonalidade" e alertou para a necessidade da SATA "maximizar a utilização das aeronaves".
"Precisamos de maximizar a utilização das nossas aeronaves neste momento. Ter mais ocupação nas rotas existentes, porque precisamos de dar a volta aos resultados da companhia", vincou.
A SATA apresentou este mês um plano de sustentabilidade financeira, com medidas valorizadas em 65 milhões de euros, que se preveem terem impacto já no ano económico de 2025.
O grupo de aviação açoriano registou nos primeiros nove meses de 2024 um prejuízo de 43,6 milhões de euros.
Em junho de 2022, a Comissão Europeia aprovou uma ajuda estatal portuguesa para apoio à reestruturação da Azores Airlines de 453,25 milhões de euros em empréstimos e garantias, prevendo medidas como uma reorganização da estrutura e o desinvestimento de uma participação de controlo (51%).
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