O projeto da central elétrica do Pego (Abrantes) avança "talvez com algum atraso" em relação ao previsto, afirmou o presidente executivo da Endesa (CEO), José Bogas, numa conferência de imprensa em Madrid para apresentação dos resultados da empresa em 2024.
José Bogas lembrou que o projeto tem várias partes, que "vão conseguindo as declarações de impacto ambiental", e afirmou que "avança corretamente".
Os compromissos "vão-se cumprindo", incluindo os sociais, com a comunidade local, ou a formação de trabalhadores, acrescentou.
Também o diretor financeiro da Endesa (CFO), Marco Palermo, disse que é expectável, "se tudo correr bem", que ao longo deste ano a empresa consiga todas as autorizações para avançar com os investimentos e que o projeto e as obras de reconversão da central do Pego comecem "a ter visibilidade".
Marco Palermo lembrou que o investimento do Pego está no plano da Endesa para o período de 2025-2027 e por isso o objetivo é que as obras avancem e "tenham visibilidade" no final deste ano.
A Endesa ganhou o concurso de transição justa para a reconversão da Central Termoelétrica do Pego, com um projeto de investimento de cerca de 700 milhões de euros, que combina a hibridização de fontes renováveis (solar fotovoltaica e eólica) e o seu armazenamento, com iniciativas de desenvolvimento social e económico.
Dada a complexidade do projeto, a empresa decidiu dividi-lo em quatro blocos, que estão em diferentes fases de tramitação ambiental, com vista à entrada em funcionamento em 2027, sendo que o primeiro bloco é o de Aranhas, para energia eólica equivalente ao consumo de 350.000 habitações durante um ano.
O projeto da Endesa para a reconversão da central do Pego teve em novembro passado um parecer favorável da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), ainda que com condições.
A energética espanhola anunciou hoje lucros de 1.888 milhões de euros no ano passado, um aumento de 154% em relação a 2023.
Num comunicado, a Endesa atribuiu o resultado de 2024 "à normalização dos mercados energéticos da luz e do gás", após os impactos associados à guerra na Ucrânia e à inflação dos exercícios anteriores, assim como à "ausência de impactos extraordinários", como tinha acontecido em 2023.
Em 2023, os lucros da Endesa caíram para 742 milhões de euros, menos 71%, devido a uma decisão arbitral que obrigou a empresa a pagar 530 milhões de euros a um produtor de gás natural liquefeito (GNL) e à queda da margem do negócio de gás.
Segundo a informação que enviou hoje à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) de Espanha, a Endesa teve no ano passado um EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 5.293 milhões de euros, mais 40% do que em 2023.
As receitas da elétrica espanhola, detida em 70% pela italiana Enel, alcançaram os 21.307 milhões de euros, menos 16% do que em 2023.
A Endesa superou assim os objetivos que tinha para 2024, que previam lucros de entre 1.600 e 1.700 milhões de euros.
A empresa é a maior elétrica espanhola e a segunda na distribuição de gás em Espanha.
Em Portugal, a Endesa produz e distribui eletricidade e ganhou o concurso para a reconversão da central do Pego.
A Endesa tem ainda em Portugal projetos para geração de energia solar.
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