O coordenador da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), afeta à CGTP, Sebastião Santana, remeteu os primeiros números da greve das carreiras, que decorre esta quinta-feira, para o final da manhã, mas adiantou que esperam uma grande adesão, espelho do "descontentamento dos trabalhadores".
"São trabalhadores que têm funções determinantes que continuam a ver as suas carreiras desvalorizadas e o Governo sem abertura para as negociar. É por isso que, pela primeira vez, se organizou uma greve deste conjunto de trabalhadores. É necessário que o Governo se sente à mesa com a federação e negoceie estas carreiras, para não esvaziar, cada vez mais, o número de trabalhadores que existem", pediu, em declarações à RTP, Sebastião Santana.
O responsável referiu também que esta paralisação resulta de um "processo de destruição das carreiras da administração pública" que começou em 2009, criando "três carreiras gerais" e relegando "dezenas de carreiras para um saco de carreiras subsistentes ou a extinguir".
"São muitas centenas de locais de trabalho que ficaram fora de qualquer processo de revisão entre 2009 e hoje. Falamos de trabalhadores que têm papéis absolutamente determinantes na administração pública, desde observadores meteorológicos, técnicos superiores de saúde, um conjunto muito vasto de profissões na reinserção social", acrescentou o coordenador da FNSTFPS.
O Instituto de Medicina Legal, o IPMA ou a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais serão alguns dos serviços afetados por esta greve dos trabalhadores das carreiras não revistas e subsistentes da Administração Pública.
A greve, convocada pela FNSTFPS, afeta à CGTP, começou à meia-noite e prolonga-se até às 23h59, abrangendo a administração central.
Entre as principais reivindicações desta federação está a abertura imediata das negociações para a revisão de todas as carreiras não revistas e subsistentes da Administração Pública, a manutenção da especificidade funcional das carreiras, a aplicação a todos os trabalhadores da valorização pela antiguidade e a valorização remuneratória.
Por outro lado, há "casos concretos" em que, para além da valorização remuneratória, "é necessário também garantir que não há injustiças relativas", indica o dirigente sindical, referindo-se por exemplo a carreiras nas quais é exigido ter "licenciaturas para entrar", e que "não estão ao mesmo nível das carreiras gerais, (mas) estão em níveis inferiores".
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