A Área Metropolitana de Lisboa (AML) é o "epicentro da crise de habitação portuguesa". A conclusão é do estudo 'A descomplexificação económica da Área Metropolitana de Lisboa', divulgado pela Causa Pública.
"Ao mesmo tempo que os preços têm aumentado, a AML tem vindo a sofrer alterações da sua estrutura económica: as atividades comerciais, os serviços locais, o turismo, o entretenimento e as atividades imobiliárias ganharam um peso superior ao da média do país", pode ler-se no documento, enviado pela Causa Pública às redações.
O estudo mostra ainda que a AML "apresenta custos de habitação muito mais elevados do que as áreas metropolitanas europeias com que compete na economia global".
"As rendas altas retiram competitividade aos salários pagos na AML, potenciando a dinâmica de 'fuga de cérebros'. Isso mostra de forma muito clara que a crise da habitação, ao limitar a capacidade de atrair e reter talento, tem consequências para a competitividade económica nacional", pode ler-se.
Pressão turística
Os dados mostram ainda que o "crescimento do turismo na AML foi superior à maioria das regiões portuguesas".
"A AML é a região do país onde os preços da habitação mais cresceram desde 2013. Em simultâneo, a região, e em particular o município de Lisboa, viveu um significativo aumento da pressão turística. No período 2014-2023, o número de dormidas por residente cresceu 57%, ligeiramente acima da média nacional e continua a ser uma das regiões com maior pressão turística (isto é, o número de dormidas por habitante)", é ainda referido.
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